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O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa após reunião com o presidente israelense Isaac Herzog em Jerusalém, nesta quinta-feira
O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa após reunião com o presidente israelense Isaac Herzog em Jerusalém, nesta quinta-feira| Foto: EFE/EPA/MAYA ALLERUZZO

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu nesta quinta-feira (14) a decisão de se reunir com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, apesar do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi – crime que teria sido praticado por funcionários do reino e autorizado por MBS (como é conhecido), segundo o próprio governo americano.

O chefe de Estado americano fez as afirmações durante entrevista coletiva concedida junto com o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid. “Minha visão sobre Khashoggi é absolutamente clara e nunca fiquei em silêncio quando se trata de falar de direitos humanos”, garantiu Biden.

“A razão pela qual vou à Arábia Saudita é promover os interesses dos Estados Unidos de uma forma que acredito que reafirmará nossa influência no Oriente Médio”, completou. Biden alegou que não deseja deixar um “vazio” na região, que possa ser utilizado para que Rússia ou China aumentem sua influência.

Nesta quinta-feira, em entrevista publicada pela Associated Press, a noiva de Khashoggi, Hatice Cengiz, se disse decepcionada com o presidente americano.

“Uma das promessas de Biden (era) ser diferente. Era uma esperança muito grande para mim acreditar, novamente, que Biden faria algo por mim e por Jamal. Em vez de ser diferente agora, ele está fazendo o mesmo que outros e abraçando os ditadores da região. Então, é muito decepcionante para mim”, criticou.

Em janeiro de 2021, pouco depois de chegar à Casa Branca, Biden autorizou a publicação de um relatório da CIA, em que MBS é acusado de ter aprovado a operação que resultou na morte de Khashoggi, no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

O assassinato do jornalista, colunista do The Washington Post, ocorrido em 2018, provocou condenação dos Estados Unidos e do próprio Biden.

Durante a campanha eleitoral, em 2020, o agora presidente prometeu que trataria a Arábia Saudita como um “pária” no cenário internacional e que faria os líderes do reino pagarem o preço pela morte de Khashoggi.

Biden tem viagem programada para esta sexta-feira à Arábia Saudita, onde se reunirá durante a noite com MBS e com o rei Salman bin Abdulaziz.

“Quando vir as lideranças sauditas amanhã, levarei uma mensagem direta a elas. Uma mensagem de paz e das extraordinárias oportunidades para uma região mais estável e mais integrada”, disse.

Sobre a mesa, pode estar uma aproximação do reino com Israel, em um cenário que os dois países não têm relações diplomáticas atualmente. O governo americano atua como mediador para conseguir alcançar essa aproximação, em uma tentativa de fazer frente a um inimigo comum, o Irã.

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