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O presidente de Cuba, Raúl Castro (esquerda) e o vice, José Ramon Machado Ventura, após reunião da Assembleia Nacional | Omara Garcia/AFP
O presidente de Cuba, Raúl Castro (esquerda) e o vice, José Ramon Machado Ventura, após reunião da Assembleia Nacional| Foto: Omara Garcia/AFP

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País vai rever regras para viagens e emigração

O presidente Raúl Castro anunciou ontem que Cuba vai rever suas regras para viagens e emigração, como parte de uma reforma mais ampla nas suas políticas econômicas e sociais. O presidente falou depois de o Parlamento aprovar reformas econômicas propostas pelo Partido Comunista, reduzindo a participação do Estado na economia e atenuando algumas restrições à vida pessoal dos cidadãos cubanos.

"O país está modificando decisões que tiveram um papel num certo momento, e que desnecessariamente nunca foram mudadas", disse Raúl. "Hoje, a esmagadora maioria dos emigrantes cubanos saem por razões econômicas, e quase todos eles mantêm seu amor pela família e pelo país onde nasceram", acrescentou.

Segundo o presidente, as regras em vigor ainda remontam ao princípio da Revolução, quando a migração era majoritariamente política e manipulada pelos EUA.

Não ficou claro como serão as mudanças nas regras de viagem e emigração. As regras atuais, que tornam os deslocamentos para o exterior caros e complicados, são muito criticadas pela população e por grupos de direitos humanos.

A Assembleia Nacional cubana aprovou ontem propostas do Par­­tido Comunista para estimular a recuperação econômica e retirar algumas restrições à vida pessoal dos cidadãos, segundo a imprensa estatal. O plano, com mais de 300 itens, foi aprovado inicialmen­­te num congresso partidário em abril, por iniciativa do presidente Raúl Castro.

"Socialismo significa direitos e oportunidades iguais para to­­dos, mas não igualitarismo", disse José Luis Toledo, presidente da comissão de Constituição e Justi­­ça do Parlamento, durante a sessão – à qual jornalistas estrangeiros não puderam assistir. A aprovação das medidas foi relatada pe­­la agência estatal de notícias Prensa Latina.

As reformas, a serem imple­­men­­tadas durante mais de cinco anos, eliminam mais de 1 milhão de empregos no setor público e reduzem a participação estatal em áreas como agricultura, varejo, transporte e construção, dando lugar a pequenas empresas e cooperativas. As grandes estatais ganham mais autonomia, inclusive para levar em conta as forças do mercado, e regras que afetam o cotidiano dos cidadãos, como a proibição de venda de imóveis e veículos, serão abrandadas. Ao mesmo tempo, os subsídios estatais para tudo – de alimentos a energia elétrica – serão gradualmente eliminados, e os salários pagos pelo Estado, que hoje giram em torno dos US$ 18 mensais, se­­rão aumentados.

Desde os primeiros dias da re­­volução de 1959, que levou Cuba ao comunismo, o Estado monopoliza mais de 90% da atividade econômica e emprega uma força de trabalho equivalente a isso.

A ilha, que enfrenta um rígido embargo econômico norte-americano, ainda não se recuperou totalmente da crise econômica causada pelo fim da União So­­vié­­tica, há 20 anos. Mas Raúl Cas­­tro, que há cinco anos substituiu seu irmão Fidel no poder, busca um sistema que valorize mais o esforço individual e o cumprimento de metas.

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