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O artista e ativista opositor cubano Luis Manuel Otero Alcántara, que começou uma greve de fome para protestar a perseguição do regime de Cuba
O artista e ativista opositor cubano Luis Manuel Otero Alcántara, que começou uma greve de fome para protestar a perseguição do regime de Cuba| Foto: Reprodução / Facebook / oteroyalcantara

O artista visual e ativista opositor cubano Luis Manuel Otero Alcántara deu início a uma greve de fome no domingo (25) após sofrer assédio policial em sua casa por um mês. Otero denunciou que, na semana anterior, foi detido por forças de segurança e policiais todos os dias, cada vez que tentou sair de casa para reivindicar obras artísticas que foram levadas por agentes que invadiram sua casa em 16 de abril, noticiou o jornal independente cubano 14ymedio.

Com a greve de fome, Otero exige das autoridades cubanas o fim do cerco policial a sua casa, a devolução de suas obras confiscadas, e que o exercício das liberdades artísticas seja respeitado.

Otero é líder do Movimiento San Isidro (MSI), que reúne artistas independentes que protestam contra uma lei da ditadura cubana que proíbe qualquer manifestação artística, pública ou privada, sem aprovação prévia do Ministério da Cultura. Em 2018, Otero foi preso e espancado quando tentou, com outros artistas, organizar um show em protesto à lei assinada por Miguel Díaz-Canel. Nos últimos meses, ele foi preso por períodos curtos diversas vezes.

A ONG Archivo Cuba demonstrou preocupação com o estado de saúde do artista. Em comunicado publicado na terça-feira, a organização pediu que correspondentes estrangeiros em Cuba cubram o caso com "justiça para que o mundo possa conhecer a situação de Otero Alcántara e a falta de liberdade de expressão" na ditadura castrista.

"Queremos Otero vivo e travando a batalha pacífica pela liberdade em Cuba", disse o Archivo Cuba, lembrando que greves de fome " já custaram a vida de muitos cubanos que tragicamente sentem que esta forma de protesto radical é o que resta para defender seus direitos fundamentais". A ONG já registrou 24 mortes por greve de fome na ilha.

"Estou pronto para deixar o corpo como essa massa presa que o regime cubano pode ameaçar, pode atingir, pode até impedir que pinte um quadro e até mesmo proibir ser artista", disse Otero à Archivo Cuba na terça-feira.

Fontes próximas ao artista disseram ao 14ymedio que todos os pontos da casa de Otero em Havana, onde ele realiza a greve de fome, são vigiados pela polícia e a Segurança do Estado.

Na terça-feira, o artista Manuel de la Cruz foi levado de sua casa e passou o dia detido, sob o pretexto de que haveria uma audiência durante a tarde. Ainda segundo o jornal independente, o artista estaria sendo perseguido por autoridades cubanas desde que foi preso depois de sair com Otero para distribuir balas e animar uma festa infantil fantasiado de palhaço.

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