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Cuba começou a desmobilizar nesta semana centenas de reservistas postos em alerta desde que Fidel Castro transferiu temporariamente o poder a seu irmão Raúl, devido a uma cirurgia, no seu primeiro afastamento em quase meio século. A informação foi dada na quarta-feira por fontes do Partido Comunista.

Também estão sendo desmobilizadas as Brigadas de Reação Rápida, grupos formados em bairros para conter distúrbios diante de uma eventual agressão militar dos Estados Unidos, inimigos históricos de Cuba.

- Nesta semana estão sendo organizados os atos de recepção nos bairros de Havana para homenagear os reservistas que estiveram mobilizados para reforçar a defesa do país - disse um funcionário de médio escalão do Partido Comunista Cubano.

A população recebeu com calma, no dia 31, a "declaração à nação" pela qual Fidel anunciou uma cirurgia intestinal que o manteria afastado do poder. No fim de semana, a sensação dos cubanos foi de alívio quando os jornais e a TV estatais mostraram imagens de Fidel convalescendo.

Em várias mensagens enviadas do seu leito de enfermo para a população, Fidel pediu que os cubanos fiquem vigilantes porque, segundo ele, o governo dos EUA está de olho e poderia aproveitar a situação para agredir a ilha.

- Não é a primeira vez que mobilizamos a reserva militar - disse o funcionário do PC, sob anonimato.

De acordo com ele, os reservistas foram concentrados "para fortalecer a capacidade defensiva do país diante das contínuas ameaças do governo dos Estados Unidos."

O governo Bush aprovou em julho um novo pacote de medidas para aumentar a pressão econômica sobre a ilha, na esperança de promover uma mudança de regime. Washington aposta que a morte de Fidel pode desencadear um "processo de transição para a democracia."

Os reservistas, com fardas verde-oliva, foram vistos nas últimas semanas patrulhando as ruas de Havana.

Cuba adotou na década de 1980 o conceito militar da Guerra de Todo o Povo, uma doutrina de mobilização popular inspirada na guerra do Vietnã contra os Estados Unidos.

Teoricamente, em caso de invasão americana, cada cubano pode se tornar um soldado. Há arsenais distribuídos por todo o país, e cada Comitê de Defesa da Revolução, organização criada pelo regime para vigiar os bairros, tem instruções precisas sobre como agir em caso de invasão estrangeira ou distúrbios internos.

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