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A iniciativa da maioria democrata no Congresso norte-americano de suavizar as sanções econômicas a Cuba terá pouco impacto para as relações entre os dois inimigos, disse na quinta-feira um dos principais assessores do presidente Fidel Castro.

A oposição democrata, que controla o Congresso desde janeiro, começou a discutir a flexibilização do embargo e a eliminação das restrições a viagens e envio de divisas à ilha.

``Essa teoria tem muito pouca significação. O impacto em Cuba é difícil de imaginar'', disse Ricardo Alarcón, presidente do Parlamento cubano, durante um congresso internacional de educação em Havana.

Alarcón, principal assessor de Fidel para a política em relação aos EUA, disse que ainda não se sabe se os democratas conseguirão os dois terços dos votos necessários para evitar um veto presidencial à medida.

O presidente interino de Cuba, Raúl Castro, no poder desde a internação de seu irmão Fidel para uma cirurgia, no final de julho, estendeu em dezembro uma mão aos EUA, ao dizer que o regime aceitava resolver sua disputa com Washington na mesa de negociações, mas sem interferências à sua soberania.

Pouco mais de uma semana depois, aterrissou em Havana a maior delegação parlamentar norte-americana em meio século. Os congressistas propuseram o fim do embargo e disseram que a visita era o início de uma nova era nas relações bilaterais.

Alarcón disse na quinta-feira que Cuba não pensa em baixar a guarda contra os EUA, e cobrou de Washington o fim do ''bloqueio'' econômico e também do ``terrorismo'' contra a ilha.

``Modificar alguns aspectos do bloqueio, entre eles as viagens, e facilitar o comércio unilateral limitado é o que mais se propõe por enquanto'', afirmou.

Segundo Alarcón, a eventual chegada de um democrata à Casa Branca em 2008 não mudaria substancialmente o cenário. ``Essa política, a atual, vai perdurar durante algum tempo, enquanto estiver esse senhor [George W. Bush]. E depois tampouco há que se supor que, pela entrada de um democrata ou de uma democrata, as coisas vão mudar drasticamente no panorama''.

Uma emenda aprovada em 2000 pelo Congresso dos EUA permite que produtores norte-americanos vendam alimentos e outros produtos agrícolas à vista para Cuba. As exportações norte-americanas à ilha já chegam a 300 milhões de dólares por ano.

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