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Lojas comerciais improvisadas se multiplicam por Havana desde que o governo autorizou a ampliação de negócios particulares, como lojas de roupas, restaurantes, cafés e cabeleireiros | Desmond Boylan/Reuters
Lojas comerciais improvisadas se multiplicam por Havana desde que o governo autorizou a ampliação de negócios particulares, como lojas de roupas, restaurantes, cafés e cabeleireiros| Foto: Desmond Boylan/Reuters

Religião

Igreja descarta reivindicar espaço durante visita do Papa

A Igreja Católica cubana descartou ontem que pretenda aproveitar a visita do Papa Bento XVI à ilha, nos primeiros meses de 2012, para "recuperar espaços" na sociedade ou para "fazer algum tipo de reivindicação" ao governo comunista.

"Seria um cálculo oportunista servir-se da visita do Papa para tais finalidades. Isso não está na mente nem dos bispos de Cuba nem nos da Santa Sé", disse o secretário-executivo e porta-voz da Conferência de Bispos cubanos, José Félix Pérez.

"O Papa vem para fortalecer a fé do povo cubano", acrescentou Pérez, ao convocar os cubanos a somar-se às celebrações dos 400 anos do aparecimento da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba.

Segundo Pérez, "os temas econômicos, sociais e políticos não estarão presentes na viagem do Santo Padre", que terá sua data anunciada na segunda-feira pelo Papa, durante missa por ocasião dos 200 anos da independência de vários países latino-americanos.

AFP

Cuba vai permitir, pela primeira vez em meio século, que trabalhadores privados façam propaganda em mídias estatais. A medida faz parte do pacote de abertura econômica anunciada pelo governo comunista, informou a imprensa estatal.

Como o governo de Havana detém o monopólio sobre os meios de comunicação da ilha, o trabalhador deverá se inscrever na edição do ano que vem do diretório telefônico estatal para fazer propaganda de serviços do setor privado, como por exemplo, de restaurantes, cabeleireiros e cafés.

"Com o objetivo de levar à população mais informação de contato sobre os serviços do setor privado, a Empresa de Telecomunicações de Cuba (ETECSA) oferece a inclusão dos trabalhadores nas Páginas Amarelas", anunciou o Gran­­ma, diário do governo.

Segundo estimativas oficiais, mais de 346 mil cubanos prestam serviços privados, cuja expansão foi autorizada pelo governo do presidente Raúl Castro em outubro do ano passado, como parte de um plano para modernizar a economia da ilha. A Presidência au­­torizou pela primeira vez o trabalho privado em 1993, pouco tempo depois do fim da União Soviética, mas pequenos negócios "não estatais" permaneceram proibidos até 2010.

De acordo com Patricia Soler, funcionária da ETECSA citada pelo Granma, o prazo de inscrições para os anúncios acabam no dia 23 de dezembro e os interessados devem pagar o equivalente a US$ 10. O setor privado ainda poderá contratar espaços publicitários que incluam fotos e imagens de tamanhos diferentes até completar uma página inteira, um modelo que havia sido vetado na ilha.

As reformas implementadas por Raúl Castro também contam com a abertura de crédito bancário e compra e venda de carros, proibida desde a Revo­­lução Cubana, em 1959. Os cuba­­nos agora esperam pela liberação de vistos de viagem para fora da ilha, uma medida que vigora em Cuba há décadas e que o próprio presidente estaria considerando reavaliar.

A decisão de permitir anúncios privados é uma novidade num país em que os cartazes políticos substituíram a publicidade comercial após a revolução de 1959 liderada por Fidel Castro.

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