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Os cubanos parecem reagir com calma nesta sexta-feira às primeiras declarações do presidente interino Raúl Castro, quase três semanas depois de receber o poder do seu irmão Fidel, internado devido a uma cirurgia intestinal.

Raúl, um general de 75 anos, disse ao jornal "Granma", órgão do Partido Comunista que, enquanto Fidel se recupera "satisfatória e gradualmente", o país mobilizou "dezenas de milhares" de militares e reservistas para uma eventual ameaça de uma invasão americana.

- Aqui não vai acontecer nada. Fidel é o todo, e Raúl não pode fazer nenhuma mudança sem o consentimento dele - afirmou Pablo Vargas, um autônomo que passava de bicicleta por uma rua no centro de Havana.

Na entrevista de três páginas concedida no Ministério da Defesa, Raúl não diz quando nem como Fidel voltará ao poder. O presidente interino garantiu que reina em Cuba uma "absoluta tranqüilidade."

- Eu não queria que corresse sangue, e espero que Raúl não encha o céu de aviões - disse o eletricista Omar, de 40 anos, com um exemplar do "Granma".

O assistente social Ariel Horna, de 23 anos, acha cedo para falar em mudanças, "porque elas não aconteceram":

- Dizem que Raúl apoiou as mudanças dos anos 90, mas se Fidel está melhorando, as transformações continuarão sendo feitas por ele.

Mas muitos cubanos não parecem preocupados com a transição que pode acontecer.

- Alguns velhos estão aferrados ao estabelecido, e os jovens saem a cada dia para buscar uns dólares para sobreviver - disse um militar da reserva, que vende revistas e jornais importados em Havana.

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