Viena Após ficar provado que o aquecimento global do planeta é uma realidade, chegou o momento de discutir com mais profundidade quem vai pagar a conta para frear esse processo. E ela não será barata. Esse é o tema principal de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unids) que ocorre de hoje até sexta-feira, em Viena, na Áustria.
Cerca de mil representantes da própria ONU, da iniciativa privada e de 160 países vão debater meios para que a contenção das emissões dos gases que contribuem para o efeito estufa possa ocorrer de forma satisfatória até 2030.
Desafio
Um dos documentos que será colocado em pauta durante a cúpula dá a real dimensão do desafio: os cálculos da ONU mostram que serão necessários investimentos anuais de US$ 210 bilhões para que o aquecimento global possa ser controlado. O ideal é que isso ocorra nos próximos doze anos. "Precisamos aprofundar a questão do clima no contexto do crescimento econômico, disse no sábado Yvo de Boer, principal executivo da ONU para questões climáticas. Ele é o presidente da reunião em Viena, que será uma prévia da conferência de dezembro, em Bali, na Indonésia, que reunirá Ministros do Meio Ambiente de todo o mundo.
A intenção é buscar um consenso entre nações industrializadas, que se comprometeram a um limite de emissões até 2012, no Protocolo de Kyoto, e outras que não aderiram lideradas pelos Estados Unidos e a China, os dois maiores poluidores da atmosfera. "O apoio está crescendo" para uma ação global, "e Viena será crucial", disse de Boer. "A próxima (esta) semana nos indicará se a comunidade política está disposta a ultrapassar os lugares-comuns bem intencionados e adotar negociações verdadeiras."
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