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A cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) terminou nesta quarta-feira (15) em Meca com a decisão de excluir a Síria como país-membro e com uma aproximação entre os líderes da Arábia Saudita e do Irã. Os chefes de Estado e representantes de 57 estados fecharam a reunião, que começou na terça-feira (14), aprovando a chamada "Carta de Meca para promover a solidariedade islâmica", na qual condenaram as violações dos direitos humanos e os crimes cometidos pelo regime de Damasco.

Ao mesmo tempo, os países aprovaram a proposta formulada na inauguração pelo rei saudita, Abdallah bin Abdul Aziz, de criar um centro para o diálogo entre os ramos do islã, de modo que os muçulmanos busquem uma voz unificada.

O documento final respalda "os muçulmanos que sofrem agressão com aviões e mísseis", como é o caso da Síria, embora também peça aos estados da OCI que não interfiram nos assuntos internos de qualquer país-membro, e a cooperar na luta contra o extremismo e o sectarismo.

Apesar da oposição demonstrada pelo Irã à suspensão da Síria, a decisão foi tomada por uma arrasadora maioria, segundo disse em entrevista coletiva o ministro de Estado para Relações Exteriores saudita, Nizar Madani, que negou a existência de diferenças sobre "o consenso de suspender a participação da Síria".

No entanto, a posição do Irã foi menos beligerante que o esperado e rebaixou a tensão de vários países árabes, entre eles a Arábia Saudita, com Teerã a propósito da Síria. Por outro lado, a OCI responsabilizou Israel pelo bloqueio do processo de paz em sua Carta.

O rei Abdullah II da Jordânia instou os países muçulmanos a tomar uma posição unificada frente à "judaização" de Jerusalém e assegurar a proteção dos locais santos cristãos e muçulmanos dessa cidade. O documento final enfatiza a necessidade de apoiar a causa palestina e condena a política de assentamentos promovida pel governo israelense.

Além disso, qualifica as ações do regime birmanês contra a minoria muçulmana dos rogiyinha como um crime contra a humanidade, e reivindica que cesse a violência e os assassinatos contra os membros dessa etnia. Na mesma entrevista coletiva, o secretário-geral da OCI, Ekmeledin Ihsanoglu, disse que os muçulmanos de várias denominações coexistem há séculos, mas que "essa coexistência se corrompeu pelo uso da religião na política".

Ihsanoglu defendeu "uma solução política e pacífica" e rejeitou a existência de "um sistema que mata sua gente" na Síria, e por isso "não é possível para qualquer ser humano ajuizado aceitar o assassinato de crianças e civis".

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