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Apesar do pedido de restituição, cúpula não atingiu consenso quanto às eleições realizadas em Honduras | reuters
Apesar do pedido de restituição, cúpula não atingiu consenso quanto às eleições realizadas em Honduras| Foto: reuters

A Cúpula Ibero-Americana condenou nesta terça-feira o golpe de Estado em Honduras e pediu a restituição do presidente deposto José Manuel Zelaya ao cargo. Os presidentes e chefes de governo dos países da América Latina, de Portugal, da Espanha e de Andorra "consideram que a restituição do presidente José Manuel Zelaya ao cargo para o qual foi democraticamente eleito, até completar seu período constitucional, é um passo fundamental para o retorno à normalidade constitucional", afirmou a declaração. Mesmo assim, não houve consenso na cúpula sobre as eleições hondurenhas e elas não foram mencionadas na declaração final.

Os líderes chamaram o golpe que afastou Zelaya do cargo em 28 de junho de "inaceitável". O golpe em Honduras foi o primeiro na América Central e na América Latina desde 1993, quando aconteceu o golpe na Guatemala. Nesta quarta-feira, o Congresso de Honduras deverá votar se aprova ou não a restauração de Zelaya ao cargo.

O comunicado final do encontro parece refletir uma clara vitória dos líderes regionais latino-americanos Brasil, Argentina e Venezuela, que se opõem a qualquer reconhecimento das eleições que aconteceram no domingo em Honduras. A declaração final da cúpula, no entanto, evitou referências aos resultados do processo eleitoral hondurenho. O texto não foi aprovado como uma resolução oficial, devido à grande discrepância de opiniões entre os países sobre as eleições hondurenhas no domingo passado, que deram a vitória ao candidato Porfírio Lobo.

"Alguns dirão que o comunicado final do encontro foi longe demais, outros dirão que não foi", disse o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que os que estão por trás do golpe em Honduras não têm legitimidade para convocar eleições. "Honduras não respeitou os princípios mais elementares para a volta a uma normalidade democrática" disse Lula, antes de deixar Portugal para uma viagem à Ucrânia. Segundo Lula, "eles poderiam ter feito as coisas normalmente: a volta do presidente, o chamado às eleições e a volta à normalidade".

"Se esse estado de coisas continuar, a democracia estará em sério risco na América Latina e na América Central" disse Lula.

O comunicado do encontro também fez um "apelo enérgico" às autoridades do governo de facto de Honduras pela segurança de Zelaya, que está abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

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