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Curitiba – É difícil imaginar, mas uma região do Iraque está conseguindo aos poucos superar os horrores e prejuízos da guerra que se abate sobre o país desde 2003, após a ocupação norte-americana. O desafio está nas mãos do governo regional do Curdistão, que vem adotando políticas para atrair investimentos estrangeiros para a região. Um dos atrativos é uma lei que permite a investidores estrangeiros adquirir 100% do capital de empresas locais, com isenção de taxas por dez anos e repatriação de lucros.

Mais de 5 mil empresas estão registradas na região, e 554 são estrangeiras, segundo dados do governo regional. "Os incentivos, previstos na lei de investimentos, são aplicáveis de maneira igualitária para todos os investidores, independente da nacionalidade", explica Hayder Mustafa Saaid, do setor de investimentos do governo regional do Curdistão, em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo.

Considerada região autônoma desde 1991, o Curdistão se vê em um cenário de violência limitada e estabilidade política – realidade distante para as demais regiões do Iraque em que a homogeneidade política e sectária inexistem. No entanto, tensões com a Turquia preocupam a região. Nesta semana, o Exército turco lançou ataques contra o Curdistão (leia mais no texto ao lado).

Trata-se de uma região sofrida. O regime do ditador iraquiano Saddam Hussein, nos anos 80, matou pelo menos 180 mil curdos na ação militar denominada Campanha de Anfal. Saddam, que foi enforcado em 30 de dezembro de 2006, chegou a ser julgado por essa operação. O Curdistão é considerado desde 1991 uma zona de espaço aéreo fechado, por determinação de militares norte-americanos. A medida também consta no novo texto da Constituição do Iraque.

Os investidores são principalmente dos EUA, Europa e países do Golfo Pérsico. Em reportagem recente o jornal norte-americano The New York Times (NYT) mostrou que o governo regional do Curdistão destinou US$ 4 bilhões para projetos de desenvolvimento privado. Os setores imobiliário e de turismo estão no centro das atenções do governo regional.

Enquanto as novas construções seguem todo o vapor, o setor público padece em deficiência – boa parte da população tem acesso a energia elétrica apenas por três horas por dia e não há tratamento de esgoto na região, diz o NYT. Segundo Saaid, o governo regional também considera os serviços públicos como alta prioridade e vários projetos na área de eletricidade, habitação, saúde, educação e transportes serão implementados em breve.

Somente neste ano, 33 projetos, em diversas áreas, conseguiram licença do governo do Curdistão. A capital Erbil obteve 14 projetos, Sulaimaniyah outros 14 e Duhok, 5.

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