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Ásia

Dalai Lama acusa China de "genocídio cultural"

Ao menos 11 tibetanos atearam fogo ao próprio corpo neste ano em uma região de grande população tibetana na província de Sichuan, na China, que se tornou o foco de resistência ao governo de Pequim

As condições desesperadoras enfrentadas pelos tibetanos sob os rígidos controles do governo chinês equivalem a um "genocídio cultural" e estão por trás do grande número de casos de autoimolação ocorridos no sudoeste da China, disse o líder espiritual exilado do Tibete, o Dalai Lama, nesta segunda-feira.

Ao menos 11 tibetanos atearam fogo ao próprio corpo neste ano em uma região de grande população tibetana na província de Sichuan, na China, que se tornou o foco de resistência ao governo de Pequim.

"Até muitos chineses da China continental que visitam o Tibete têm a impressão de que as coisas estão terríveis... Algum tipo de genocídio cultural está acontecendo", disse o Dalai Lama em coletiva de imprensa em Tóquio.

Autoridades chinesas lançaram uma política linha-dura contra o Tibete nos últimos 10 a 15 anos, acrescentou.

"É por isso que esse tipo de incidente triste ocorre, devido à situação desesperadora", afirmou.

No último incidente, uma monja tibetana se queimou até a morte na semana passada, enquanto outro tibetano sofreu queimaduras em suas pernas na sexta-feira quando ateou fogo ao corpo em frente à embaixada chinesa na Índia.

A China disse que o Dalai Lama, que fugiu do Tibete em 1959 para a Índia depois de uma insurgência fracassada contra o governo chinês, deveria assumir a culpa pelos casos de autoimolação e que os tibetanos estão livres para praticar sua fé budista.

A China governa o Tibete com mão de ferro desde que tropas comunistas invadiram a região em 1950. Pequim condena o Dalai Lama como sendo um simpatizante do separatismo violento, acusação que ele nega.

"Estamos totalmente comprometidos com o princípio de não-violência", afirmou o Dalai Lama, reiterando que quer a verdadeira autonomia para o Tibete, e não a independência da China.

O vencedor do Prêmio Nobel da Paz, de 76 anos, liderou no mês passado centenas de monges, monjas e tibetanos laicos em oração na Índia em luto àqueles que se queimaram até a morte.

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