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Na Praça Dealey, em Dallas, onde Kennedy foi morto há 50 anos, cidadãos se reuniram para lembrar a data | REUTERS/Mike Stone
Na Praça Dealey, em Dallas, onde Kennedy foi morto há 50 anos, cidadãos se reuniram para lembrar a data| Foto: REUTERS/Mike Stone
  • A janela no sexto andar do Texas Book Depository, de onde Lee Harvey Oswald teria atirado em Kennedy naquele fatídico 22 de novembro de 1963

Passaram-se 50 anos. Mas esta sexta-feira (22) foi a primeira vez que Dallas realizou uma cerimônia oficial para lembrar a morte do presidente John F. Kennedy. Às 12h30m, mesma hora em que JFK foi assassinado com dois tiros, cinco mil pessoas se reuniram na Praça Dealey para ouvir o prefeito Mike Rawlings lembrar as conquistas do 35º presidente americano e se juntar a ele em um minuto de silêncio. No mesmo lugar do assassinato, Dallas passou seu passado a limpo.

"Parece que nesse dia, há 50 anos, todos nós nos tornamos mais adultos", Rawlings, lembrando que a cidade parou assim como o restante do mundo. "As bandeiras ficaram a meio mastro até em Berlim. Hoje honramos o comandante que enfrentou a ameaça nuclear e o líder visionário que criou o Corpo de Paz em todo o mundo e que teve o sonho de chegar à Lua."

Veja fotos da cerimônia em homenagem a Kennedy em Dallas

Em seguida, o público fez um minuto de silêncio, seguido pelo badalar dos sinos das igrejas. Kennedy foi homenageado ainda com orações e um sobrevoo de caças militares sobre a Praça Dealey, onde o presidente foi baleado duas vezes na cabeça durante o desfile em carro aberto em 22 de novembro de 1963. Telões em várias partes da cidade transmitiam a cerimônia na praça.

Irmã vai a cemitério para cerimônia

As homenagens que marcam os 50 anos da morte de John F. Kennedy começaram cedo com bandeiras a meio mastro e uma cerimônia militar diante do túmulo do presidente, no Cemitério Nacional de Arlington, nos arredores de Washington. Familiares e a embaixadora Jean Kennedy Smith, irmã do presidente morto, acompanharam a solenidade. Muitos cidadãos se dirigiram ao cemitério para deixar flores diante da chama que guarda seu corpo.

Em Dublin, dezenas de soldados irlandeses desfilando com armas brilhantemente polidas formaram uma guarda de honra em frente à embaixada os EUA, com a bandeira dos EUA a meio mastro, para lembrar o primeiro americano de origem irlandesa que se tornou presidente dos Estados Unidos.

Eventos similares acontecem em Boston, onde a Biblioteca e Museu JFK inaugurou uma pequena exposição de itens nunca antes exibidos do funeral de Estado de Kennedy. Em Washington, o presidente Barack Obama se reúne na Casa Branca com líderes e voluntários do Corpo de Paz, criado pelo presidente assassinado."Conspiratórios" em peso em Dallas

Em aniversários anteriores do crime, adeptos de teorias conspiratórias sobre a morte de Kennedy costumavam ocupar a Praça Dealey, denunciando a tese oficial segundo a qual Lee Harvey Oswald, um ex-fuzileiro naval com inclinações comunistas, teria agido sozinho para fazer os três disparos contra o presidente a partir do sexto andar de um prédio próximo, que servia como depósito de livros.

Os "conspiratórios" estão em peso em Dallas neste ano, mas, naturalmente, não fazem parte da programação oficial.

"A morte dele mudou para sempre a nossa cidade, e também o mundo", disse Rawlings em nota, antes da cerimônia. "Queremos marcar esse trágico dia lembrando um grande presidente com o senso de dignidade e história que ele merece".

Durante anos, Dallas foi vista como uma cidade pária por causa do crime, e sempre evitou qualquer cerimônia alusiva. O estigma começou a desaparecer há algumas décadas, e agora o Museu do Sexto Andar, no antigo depósito de livros, é uma das maiores atrações turísticas da localidade texana.

Dias atrás, a prefeitura apagou um grande "x" que havia sido pintado por um desconhecido no asfalto da Rua Elm para marcar o local exato em que Kennedy foi baleado. Muitos achavam que o "x" era de mau gosto, mas a indicação oficial - uma pequena placa num montículo gramado na própria praça - também era considerada inadequada.

Após milhares de livros, reportagens, programas de TV, filmes de ficção e documentários sobre o 22 de novembro de 1963, as pesquisas mostram que a maioria dos americanos ainda acredita em teoristas conspiratórias, rejeitando que Oswald tenha sido o único envolvido.

Hugh Ayensworth, que há 50 anos estava na praça Dealey como repórter, testemunhou a morte de Kenedy e também viu o corpo de Oswald depois de ser assassinado por Jack Ruby, dono de uma casa noturna em Dallas. Desde então, Ayensworth se dedica a investigar essas mortes e a desvendar supostas tramas.

"Não podemos aceitar muito confortavelmente que dois ninguéns, dois nadas (Lee Harvey Oswald e Jack Ruby) fossem capazes de mudar o curso da história mundial", disse ele à agência Reuters.

Fotos da cerimônia em homenagem a Kennedy

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