• Carregando...
 | ELEANOR BRIGGSNYT
| Foto: ELEANOR BRIGGSNYT

 No início dos anos 2000, as nativas dos desertos centrais de Mianmar existiam em um número tão baixo na natureza que os ecologistas as declararam funcionalmente extintas. Mais ou menos do tamanho de uma bola de futebol quando adultas, os animais possuem padrões de polígonos amarelos em suas cascas que as ajudam a se camuflar na grama seca, mas também as tornaram atraentes como animais de estimação exóticos, contrabandeados por milhares de dólares para os Estados Unidos, a Europa e outras partes da Ásia. 

 

Agora, parece que um esforço de última hora tirou a espécie da beira da extinção, segundo um artigo recente no jornal Herpetological Review. Steven Platt, herpetologista da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, e seus colaboradores descreveram como a criação de colônias que garantiam a procriação em cativeiro em Mianmar aumentaram as perspectivas das tartarugas. Começando com menos de 200 tartarugas em 2004, as colônias agora possuem mais ou menos 14 mil animais cativos, e cerca de mil já voltaram à natureza, segundo Platt. 

 

No início deste século, esperava-se que a espécie iria desaparecer. Em 2003, uma equipe de pesquisa levou quase mil horas humanas e 300 horas de cães para encontrar uma única tartaruga nas terras protegidas. Esperando seguir o sucesso de outros programas de procriação em cativeiro, que levaram à reintrodução do bisão, de lobos e de condores nos Estados Unidos, a Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, o governo de Mianmar e uma rede global de conservação chamada Aliança pela Sobrevivência das Tartarugas criaram locais de procriação em cativeiro em três santuários de vida selvagem de Mianmar. 

 

O programa começou com uma população de 175 tartarugas, grande o suficiente para evitar a endogamia. A maioria dos animais havia sido confiscada de comerciantes ilegais de vida selvagem. Até 2016, as colônias estavam produzindo mais de dois mil filhotes por ano. "Fomos de um estado de crise para um mais tranquilo", conta Platt. 

 

Desde 2013, a equipe reintroduziu as tartarugas em terras protegidas em torno de suas colônias. Mas, com a soltura, aparecem novas preocupações. Ainda há um mercado lucrativo para as tartarugas estrela, o que significa que as pessoas vão continuar a caçá-las. 

 

Lidar com esse problema é complicado e exige "várias coisas em paralelo", incluindo educar os potenciais compradores e aplicar a lei existente que proíbe o comércio de tartarugas, diz Peter Paul van Dijk, profissional da Conservação de Tartarugas e da Conservação Global da Vida Selvagem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]