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Manifestante abraça sua namorada em uma barricada durante confrontos com a polícia em Kiev, na Ucrânia | REUTERS/Gleb Garanich
Manifestante abraça sua namorada em uma barricada durante confrontos com a polícia em Kiev, na Ucrânia| Foto: REUTERS/Gleb Garanich

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, de volta ao trabalho nesta segunda-feira depois de quatro dias de licença médica, fez uma advertência sobre o crescente "radicalismo" no país, depois de mais de dois meses de protestos nas ruas, e não adiantou nada sobre a nomeação de um novo primeiro-ministro.

Yanukovich, que enfrenta uma disputa de poder entre a Rússia e o Ocidente, vem procurando uma saída para confrontos às vezes violentos com manifestantes que ocuparam edifícios públicos e ruas depois que, em novembro, ele desistiu de um acordo comercial com a União Europeia e aceitou ajuda financeira da Rússia.

Enquanto ele voltava ao trabalho um dia antes de uma sessão parlamentar, e parecendo estar bem de saúde, a oposição se mostrava estimulada a seguir em frente, em razão de novas demonstrações de apoio de governos ocidentais, e pressionava por mais concessões para encerrar os protestos.

No entanto, a União Europeia, cuja chefe de política externa é esperada na noite desta terça-feira em Kiev, minimizou insinuações de que estaria estudando com os Estados Unidos um pacote de ajuda em larga escala com o objetivo de estimular a economia ucraniana em uma transição política.

A tarefa mais urgente do presidente, depois de uma ausência que alguns viram como sendo uma jogada tática para ganhar tempo, será a nomeação de um primeiro-ministro para suceder a Mykola Azarov, que renunciou em 28 de janeiro sob pressão do movimento de protesto.

A Rússia suspendeu a ajuda financeira ao país até ver como o novo governo tratará as relações com Moscou.

Mas, em sua primeira aparição pública desde quarta-feira, Yanukovich se ateve a lançar uma advertência contra as ações de milhares de manifestantes que ergueram barricadas em torno do centro de Kiev e ocupam prédios públicos lá e em outras cidades, bem como militantes que entraram em confronto com a polícia.

Pelo menos seis pessoas foram mortas em confrontos no mês passado.

"Nós temos de dizer não ao extremismo, radicalismo, aos ventos da inimizade na nossa sociedade, que são a base da luta política contra as autoridades", declarou ele em um vídeo.

Na linha de frente das barricadas perto do edifício do Parlamento em Kiev, onde a política antimotim e militantes com capacetes e bastões se enfrentavam em uma área tampão de 20 metros, suas palavras nada significavam.

"Nós vamos ficar aqui até que Yanukovich se vá", disse um manifestante mascarado, de 28 anos, chamado Dima.

O presidente do Parlamento, um aliado de Yanukovich, disse que o presidente ainda planeja analisar com a oposição a escolha do premiê e pode propor um nome nesta semana.

Entre outras concessões, Yanukovich aprovou na semana passada a rejeição de recentes leis antimanifestações e propôs uma anistia a ativistas presos durante os protestos, mediante algumas condições.

Mas líderes oposicionistas querem mais concessões, incluindo uma anistia mais ampla e o retorno à Constituição anterior, o que iria restringir os poderes presidenciais e dar ao Parlamento maior controle sobre a formação dos governos.

A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, deve se reunir com Yanukovich e líderes da oposição na quarta-feira.

Informações que circularam indicando planos de um pacote de ajuda dos EUA-UE para reformas no país provocaram a alta nos títulos da Ucrânia em dólar, mesmo num quadro em que a moeda do país, a hryvnia, continua a se enfraquecer por causa da crise.

No entanto, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, minimizou nesta segunda-feira os relatos sobre ajuda e disse que o bloco europeu está discutindo com aliados se ajudará a Ucrânia.

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