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Uma equipe internacional de cientistas declarou na terça-feira encerrado o debate sobre o aquecimento global e pediu, em relatório divulgado na ONU, que os países ajam agora para evitar uma catástrofe.

``Argumentamos que é essencial começarmos agora: não no próximo ano, não na próxima década, mas agora'', disse John Holdren, professor de Política Ambiental da Universidade Harvard e membro da comissão que redigiu o relatório.

O estudo é o passo lógico seguinte ao importante documento apresentado no dia 2 em Paris pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, que atribuiu a causas humanas a maior parte do aquecimento ocorrido nos últimos 50 anos.

Com o relatório anterior era proibido de fazer recomendações políticas, ao contrário deste, patrocinado pela Fundação ONU e pela sociedade científica Sigma Xi.

Em entrevista por telefone antes da divulgação oficial do relatório, Holdren disse que as recomendações são globais, mas que alguns itens específicos certamente vão afetar os EUA - por exemplo, nas especificações para as usinas termoelétricas.

O relatório recomenda que seja aumentada a eficiência energética de veículos, casas e edifícios comerciais, a fim de reduzir a dependência em relação ao petróleo. Biocombustíveis, como o álcool, defendido pelo governo Bush, devem cada vez mais substituir o petróleo nos transportes, segundo o estudo.

Nos trópicos, a comunidade internacional deve se empenhar em reduzir e eventualmente reverter o desmatamento, importante fonte de emissões de gases do efeito estufa, segundo Holdren.

Os investimentos em tecnologia energética deveriam ser triplicados ou quadruplicados, o que, a exemplo de outras recomendações, criaria oportunidades econômicas e empregos além de combater o aquecimento, disse o relatório.

O texto salienta o impacto que o aquecimento já está tendo, citando tempestades, secas, ondas de calor e incêndios florestais.

``Precisamos fazer um maior investimento na capacidade do mundo em lidar com esse tipo de fatos extremos, não só porque o clima está mudando, fazendo esses fatos ainda mais frequentes, mas porque o sofrimento já associado às nossas respostas inadequadas a essas necessidades precisa ser corrigido'', afirmou Holdren.

Os cientistas consideraram a energia nuclear como uma opção que não emite carbono, mas disseram que é preciso cuidado com os dejetos radiativos e com o risco de desvio da tecnologia para a produção de armas.

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