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Fora do mundo católico, a revogação das excomunhões abalou a relação da Igreja com os judeus. Um dos quatro bispos beneficiados, o britânico Richard Williamson, havia dado uma entrevista a uma tevê sueca afirmando que, durante a 2ª Guerra, não houve extermínio em câmaras de gás, e que o número de judeus mortos pelos nazistas estava muito abaixo dos 6 milhões considerados atualmente.

Williamson tem um longo histórico de declarações polêmicas: já afirmou que mulheres não deviam frequentar universidades, que os atentados de 11 de setembro de 2001 eram uma conspiração norte-americana e que o musical A Noviça Rebelde estimulava a desordem nas relações familiares.

A repercussão das declarações de Williamson sobre o Holocausto foi forte. Na quarta-feira, o rabinato supremo de Israel, a principal autoridade religiosa israelense, rompeu relações com o Vaticano. Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto premiado com o prêmio Nobel da Paz, chegou a sugerir que Bento XVI havia revogado a excomunhão de Williamson propositalmente, sabendo que ele era um revisionista.

No entanto, a resposta do Vaticano e da FSSPX também não demorou, deixando claro que Williamson foi reabilitado não por causa de suas posições revisionistas, mas apesar delas. Na terça-feira, o superior da FSSPX, bispo Bernard Fellay, proibiu Williamson de dar qualquer declaração sobre temas políticos ou históricos até segunda ordem, e pediu desculpas ao Papa. No dia seguinte, Bento XVI condenou o antissemitismo. E, finalmente, o próprio Williamson tornou pública anteontem uma carta enviada ao Vaticano, desculpando-se por "aflições e problemas" causados ao Papa por suas "observações imprudentes".

Para o presidente da Federação Israelita do Paraná, Isac Baril, o episódio é lamentável, mas fato isolado. "São coisas que podem acontecer em qualquer comunidade." (MC)

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