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Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi: consciência mundial pelos direitos das crianças | Cornelius Poppe/Efe
Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi: consciência mundial pelos direitos das crianças| Foto: Cornelius Poppe/Efe

Premiados

Confira os vencedores de todas as categorias do Prêmio Nobel 2014:

Economia

Jean Tirole

Pelo trabalho de análise do poder e regulação de mercado.

Física

Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura

Por viabilizar o uso de LEDs para iluminação.

Literatura

Patrick Modiano

Pela arte da memória com a qual evocou os destinos humanos mais inapreensíveis e jogou luz sobre a vida durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial.

Medicina

John O’Keefe, May-Britt Moser e Edvard I. Moser

Pela descoberta de células que formam um sistema de posicionamento no cérebro humano.

Química

Eric Betzig, Stefan W. Hell e William E. Moerner

Pelo desenvolvimento da microscopia fluorescente.

A paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi receberam ontem o Prêmio Nobel da Paz por arriscar suas vidas no trabalho de proteger crianças da escravidão, do extremismo e do trabalho infantil.

A adolescente Malala, de 17 anos, a pessoa mais jovem a receber um Nobel, e Satyarthi, de 60 anos, receberam o prêmio durante cerimônia na capital da Noruega, na qual foram ovacionados.

Afirmando que todas as crianças têm o direito à infância e à educação, o presidente do comitê do Nobel Thorbjorn Jagland afirmou que "a consciência mundial não pode encontrar melhor expressão" do que nos vencedores deste ano.

Em discurso perante a realeza da Noruega, Jagland relatou como Malala foi atingida na cabeça e seriamente ferida por homens do Talebã, dois anos atrás. Ele afirmou que grupos extremistas islâmicos não gostam do conhecimento porque se trata de uma condição para a liberdade. "A frequência à escola, especialmente pelas meninas, priva tais forças do poder", afirmou ele.

Jagland mencionou a convicção de Satyarthi de acabar com o trabalho infantil e como ele abandonou sua carreira de engenheiro elétrico em 1980 para lutar por essa ideia, além de lembrar outro indiano, Mahatma Gandhi, que continua a ser a omissão mais notável nos 113 anos do Prêmio Nobel da Paz.

O presidente do comitê disse que os vencedores do prêmio vivem de acordo com o princípio de Gandhi: "conheço muitas razões pelas quais eu morreria, mas não conheço nenhuma pela qual eu mataria".

"Eu perdi dois dos meus colegas", disse Satyarthi sobre seu trabalho. "Carregar o corpo de um colega que está lutando pela proteção de crianças é algo que nunca vou esquecer, mesmo quando sento aqui para receber o prêmio Nobel da Paz."

Enquanto Malala recebia seu prêmio, um jovem correu para o palco, mas foi rapidamente contido pela segurança. Anteriormente, ele havia cumprimentado Malala no hotel onde ela está hospedada, falando sobre sua admiração por ela.

"Eu conto a minha história não porque ela é única, mas porque não é", disse Malala, que chegou à Noruega com amigos e jovens ativistas do Paquistão, Síria e Nigéria, se encontrou com milhares de crianças, caminhou pelas ruas para saudar apoiadores e vai inaugurar uma exibição em que o vestido sujo do sangue que ela usava no dia do ataque ao ônibus será exposto.

Instruções

O criador dos prêmios Nobel, o industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896), disse que a condecoração deveria ser concedida "à pessoa que deve ter feito o maior ou o melhor trabalho pela fraternidade entre nações, pela abolição ou redução de exércitos permanentes e para a realização e promoção de congressos de paz".

Ao homenagear os vencedores deste ano, o comitê do Nobel conectou o prêmio pela paz a conflitos entre religiões mundiais e potências nucleares vizinhas, além de atrair a atenção para os direitos das crianças.

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