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Líderes democratas acusaram na terça-feira o presidente George W. Bush de explorar o aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 para defender a guerra do Iraque e ajudar politicamente o seu partido, ameaçado de perder o controle do Congresso nas eleições parlamentares de novembro.

Os líderes do partido no Senado, Harry Reid, e na Câmara, Nancy Pelosi, disseram que Bush deveria ter tentado resgatar o espírito de união nacional no discurso que fez na noite de segunda-feira na Casa Branca, com transmissão pela TV.

Reid disse que os democratas estavam tão confiantes no tom apartidário do discurso que nem se importaram em buscar tempo igual na TV para reagir.

- Infelizmente, foi uma oportunidade perdida para o presidente Bush, que aparentemente se consumiu mais em manter o curso no Iraque e fazer política de ano eleitoral - disse Reid, acusando Bush de tentar novamente "mesclar e confundir a guerra no Iraque à reação ao 11 de Setembro".

- O povo americano merecia uma oportunidade de lamentar e se unir como nação ontem à noite. Ao invés disso, o presidente Bush deu a ele uma retórica partidária e imprecisa - afirmou a deputada.

Bush irritou a oposição ao dizer no Salão Oval que "quaisquer que sejam os erros que tenhamos cometido no Iraque, o pior erro seria pensar que, se nos retirássemos, os terroristas nos deixariam em paz" e que "a segurança [dos Estados Unidos] da América depende do resultado da batalha nas ruas de Bagdá".

O presidente tenta transformar a campanha eleitoral num debate sobre a segurança nacional. Os democratas argumentam que a guerra no Iraque é um desvio na guerra ao terrorismo, e não parte dela, e questionam se os EUA estão mais seguros hoje em dia.

Os democratas voltaram a apresentar projetos legislativos na área de segurança, inclusive um que destina US$ 1,4 bilhão a mais para a proteção de portos e indústrias químico-nucleares e para o sistema de comunicação de emergências.

Os republicanos reagiram, dizendo que foram os democratas que misturaram a política com um dia de luto nacional.

- Ouço os meus amigos democratas e me pergunto se eles não estão mais interessados em proteger os terroristas do que em proteger o povo americano - disse o líder do governo na Câmara, John Boehner, a jornalistas.

- O presidente teve o cuidado ontem de não ser partidário, e isso era a coisa apropriada a fazer - insistiu o porta-voz da Casa Branca, Tony Scott, para quem são os democratas que exploraram politicamente a data.

Mas a oposição lembrou que deu apoio incondicional a Bush na guerra do Afeganistão e na ainda infrutífera caçada a Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda.

O Iraque, segundo os adversários de Bush, foi uma conjunção de erros que não deixou os EUA mais seguros.

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