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Yves Leterme, líder do Partido Democrata-Cristão flamengo, o mais votado nas eleições legislativas belgas deste domingo (10), buscará uma coalizão para suceder o atual primeiro-ministro, o liberal Guy Verhofstadt, e reforçar o poder de Flandres, apesar do temor da população de língua francesa.

Segundo diferentes projeções com base em resultados ainda parciais, os democratas-cristãos de Leterme, como já era previsto, venceram a votação (com sistema proporcional em apenas um turno). Em Flandres, região de língua holandesa onde vivem 60% dos 10,5 milhões de belgas, conseguiram entre 28 e 32% dos votos.

Também como era esperado, o partido de extrema-direita independentista Vlaams Belang foi o segundo mais votado, com quase 20% dos votos, mas o chamado "cordão sanitário" imposto pelos demais partidos não permitirá que chegue ao poder.

Já os liberais flamengos (VLD) do premier Guy Verhofstadt, no poder há oito anos, perderam quase seis pontos em relação ao resultado das legislativas de 2003, com 18,5% dos votos, o que também havia sido antecipado pelas pesquisas.

Desta maneira, Leterme - que governa a região de Flandres desde 2004 -, deve ser convocado pelo rei Albert II para formar o governo. Algo que, no atual cenário político e com as complicadas relações entre belgas de língua francesa e língua holandesa, pode levar várias semanas.

Logo após o anúncio dos primeiros resultados, Leterme, 46 anos, propôs uma reforma do Estado, mas não entrou em detalhes, além da seguinte declaração: "Mais segurança, mais justiça e uma reforma moderna do Estado foram os objetivos de nosso programa, e a partir de amanhã serão nosso fio condutor".

À espera dos resultados definitivos, Leterme não explicou que tipo de coalizão pretende formar.

"Queremos a presença de todos os partidos que estão dispostos a construir um futuro positivo para o país", acrescentou Leterme, diante de simpatizantes de seu partido na sede do partido em Bruxelas.

Durante a campanha, Leterme defendeu um Estado confederado no qual os poderes das três regiões (Flandres, Valônia e Bruxelas), já muito amplos, seriam ainda mais reforçados, uma iniciativa que inquieta os belgas de língua francesa.

De acordo com os dados preliminares, o Partido Socialista flamengo (SPA), aliado do VLD na atual coalizão de governo, é o grande perdedor das eleições, com um resultado ainda pior do que o previsto, com 15,5% dos votos, uma queda de 8,8 pontos em comparação com a última votação.

A lista do senador populista Jean-Marie Dedecker é a surpresa da votação, com 7% dos votos.

Primeiro-ministro reconhece derrota liberal

O primeiro-ministro belga, o liberal Guy Verhofstadt, assumiu a responsabilidade pelos maus resultados de seu partido, constatados com base em resultados parciais, com 75% dos votos apurados.

"Os cidadãos votaram por outra maioria e eu assumo a responsabilidade pelo resultado do meu partido", declarou Verhofstadt.

Em 2003, o VLD (Liberais e Democratas Flamengos, em neerlandês) tinha recebido 24,2% dos votos.

Mas Verhofstadt assegurou que a redução não reduz importância de seu projeto na política belga, ressaltando que "a força de nossa família liberal continua sendo grande".

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