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um ano após episódio

Depois de Aylan Kurdi, ao menos outras 400 crianças morreram no Mediterrâneo

Pai de menino sírio que virou símbolo do drama de refugiados apela a países europeus para manterem as portas abertas

 | Nilufer Demir/AFP
(Foto: Nilufer Demir/AFP)

Um ano após a morte do menino sírio Aylan Kurdi, ao menos 423 menores morreram afogados no Mediterrâneo tentando chegar à Europa, de acordo com a ONG Save The Children. Em uma entrevista emocionada, o pai de Aylan pediu aos países europeus que mantenham as portas abertas para refugiados. A foto que mostra o garoto sírio de apenas 3 anos morto em uma praia turca virou símbolo do drama migratório.

“Todo mundo queria fazer alguma coisa. A foto do meu filho morto comoveu o mundo, mas as pessoas continuam morrendo e ninguém faz nada “ afirmou ao jornal alemão Bild Abdullah Kurdi, que agora vive no Iraque. “O horror na Síria deve acabar”.

O barco em que Aylan viajava com a família naufragou em 2 de setembro do ano passado. Sua mãe e um irmão de cinco anos também morreram no acidente.

Sobrevivente do naufrágio, Abdullah disse à rede britânica BBC que pensa em sua família todos os dias, mas o primeiro aniversário da morte é particularmente difícil. Ele alertou para a intensificação da guerra e pediu ação dos líderes mundiais.

“No começo o mundo estava ansioso para ajudar os refugiados. Mas isso não durou nem um mês. Na verdade, a situação piorou. A guerra se intensificou e mais pessoas estão fugindo”, disse. “Espero que todos os líderes do mundo possam fazer o bem e parar as guerras, para que as pessoas possam voltar à vida normal”.

Cenário desolador

Os números evidenciam o drama de milhares de pessoas que fogem de guerra, perseguições e miséria em busca de uma vida melhor na Europa. Mais de um milhão de refugiados chegaram ao continente europeu no ano passado e cerca de 283 mil até agora em 2016.

De acordo com a Save the Children, o número de crianças migrantes e refugiadas que chegam à Europa representa 40% das pessoas que cruzam o Mediterrâneo. O acordo entre a União Europeia (UE) e a Turquia não diminuiu chegadas à Grécia, e o resultado é centenas de crianças vivendo em campos superlotados, sofrendo escassez de água e serviços básicos.

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