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Manifestantes protestam diante do consulado saudita em Istanbul, na Turquia, por causa do desaparecimento do jornalistaJamal Khashoggi | OZAN KOSE/AFP
Manifestantes protestam diante do consulado saudita em Istanbul, na Turquia, por causa do desaparecimento do jornalistaJamal Khashoggi| Foto: OZAN KOSE/AFP

O ministério das Relações Exteriores da Turquia informou nesta terça-feira (9) que a Arábia Saudita autorizou as buscas na sede do seu consulado, em Istambul, para investigar se um jornalista saudita, desparecido desde a última terça-feira (2), foi morto no interior do edifício.

Autoridades turcas acreditam que Jamal Khashoggi, crítico ao governo do seu país, tenha sido morto após entrar no consulado para buscar uma documentação na semana passada. Os sauditas negam qualquer envolvimento em seu desaparecimento e alegam que as desconfianças são sem fundamento. 

O jornalista, ex-editor de jornal e consultor do ex-chefe de inteligência da Arábia Saudita, foi para a Turquia no ano passado dizendo temer uma retaliação por suas crescentes críticas à política saudita na guerra do Iêmen e à repressão às divergências. Como colaborador do Washington Post, o jornalista escreveu amplamente sobre a Arábia Saudita, incluindo críticas à guerra no Iêmen, a recente disputa diplomática com o Canadá e a prisão de ativistas dos direitos das mulheres, após o fim da proibição de mulheres dirigirem.

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Yasin Aktay, um dos assessores do presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse que as autoridades tinham informações concretas sobre o caso de Khashoggi, e ele acredita que o jornalista foi morto no consulado. 

O embaixador saudita na Turquia foi convocado por Ancara na quarta-feira. Um inquérito judicial também foi aberto. No domingo (7), Erdogan afirmou que espera os resultados da investigação. 

Uma fonte saudita no consulado negou que Khashoggi tenha sido morto no local e disse em um comunicado que as acusações eram infundadas. 

Em uma entrevista à agência Bloomberg na sexta-feira (5), o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman disse que Jamal Khashoggi realmente "entrou" no consulado, mas partiu logo em seguida. Ele convidou as autoridades turcas a "procurar" no consulado. "Não temos nada a esconder".  "Estou à espera de uma confirmação oficial do governo turco para acreditar", escreveu no Twitter a noiva turca do jornalista, Hatice Cengiz. 

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O caso gerou repercussão internacional. Além da Turquia, França, Reino Unido e Estados Unidos expressaram preocupação com a situação. 

O governo dos EUA e líderes europeus pediram que as autoridades sauditas expliquem o que aconteceu com o jornalista. Até agora, a Arábia Saudita não mostrou provas de que Khashoggi chegou a sair do consulado. Uma imagem de uma câmera de vigilância mostra o jornalista entrando no prédio. 

A porta-voz do escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, disse que seria "verdadeiramente chocante" se os relatos de sua morte fossem confirmados. 

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