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Homens terminam de instalar cartaz gigante com uma mensagem de boas-vindas ao papa, em Seul. Último pontífice a visitar o país foi João Paulo II, há 25 anos | Kim Hong-Ji/Reuters
Homens terminam de instalar cartaz gigante com uma mensagem de boas-vindas ao papa, em Seul. Último pontífice a visitar o país foi João Paulo II, há 25 anos| Foto: Kim Hong-Ji/Reuters

Fuga

Dois norte-coreanos nadam até a vizinha do Sul e pedem asilo

Efe

Dois norte-coreanos cruzaram a nado a fronteira entre as duas Coreias e conseguiram chegar à ilha de Gyodong, onde pediram asilo às autoridades sul-coreanas.

A ilha fica ao sul da disputada fronteira marítima do Mar Amarelo, que separa as duas Coreias, conhecida como Linha Limite do Norte (LLN) e a 2,5 quilômetros do litoral norte-coreano mais próximo. Os dois homens, um deles de aproximadamente 20 anos e o outro de 50, expressaram "imediatamente" seu desejo de escapar do vizinho do norte, publicou a agência local Yonhap.

Os dois estavam desarmados e com roupa de rua, e as autoridades sul-coreanas supõem que se tratem de civis, mas que ainda são necessárias "provas adicionais para comprovar quem são exatamente".

Eles foram colocados em custódia e serão interrogados sobre os motivos da fuga. Embora se trate do terceiro ano consecutivo em que cidadãos norte-coreanos conseguem chegar à ilha de Gyodong, as autoridades sul-coreanas consideram "pouco usual" essa via de fuga da Coreia do Norte.

Em 2013, 1.516 refugiados norte-coreanos chegaram à Coreia do Sul, número ligeiramente superior ao de 2012, mas baixo em comparação aos anos anteriores, segundo dados do Ministério da Unificação de Seul.

Os norte-coreanos que fogem da fome ou da repressão política para a mais próspera Coreia do Sul normalmente percorrem um longo caminho que começa na China, geralmente cruzando o Rio Amnok (Rio Yalu, em chinês), no noroeste da Coreia do Norte.

Viagem

O papa Francisco vai até o território asiático e defende a paz e a reconciliação entre as Coreias do Norte e do Sul.

Agenda

Francisco participa hoje da 6ª Jornada da Juventude Asiática e, amanhã, fará a cerimônia de beatificação de 124 mártires sul-coreanos na emblemática praça de Gwanghwamun em Seul.

Proteção

A gigantesca operação policial da visita será condicionada pela tendência do papa à improvisação, que escolheu para percorrer as ruas do país um modesto utilitário Kia Soul, sem blindagem.

1 milhão de pessoas são esperadas no centro de Seul para ver o papa Francisco, cuja primeira visita à Coreia do Sul gerou uma forte expectativa em um país que não recebia um papa desde a visita de João Paulo II em 1989.

Mais

A Coreia do Sul é, depois das Filipinas, o país da Ásia no qual o catolicismo mais evoluiu com 5,4 milhões de fiéis, mais de 10% da população.

Foguetes

A Coreia do Norte disparou ontem em direção ao mar cinco mísseis de curto alcance, um método que o regime de Pyongyang utiliza regularmente para demonstrar o descontentamento e ameaçar Seul e seus aliados.

Minutos

O porta-voz do regime comunista de Kim Jong-un especificou que os projéteis percorreram 220 quilômetros antes de cair no mar. Os lançamentos ocorreram minutos antes da aterrissagem do avião que levava o papa Francisco até Seul.

  • Multidão espera para ver o papa Francisco chegar à Conferência Episcopal Coreana

O papa Francisco está na Coreia do Sul e, ao chegar ontem, na capital Seul, ele encorajou as duas Coreias a buscar a paz e a "derrubar os muros da desconfiança". A mensagem foi dada numa cerimônia no palácio presidencial sul-coreano. O sumo pontífice fica em território asiático até a próxima segunda-feira.

"A busca da Coreia pela paz é uma causa que nos preocupa especialmente porque afeta a estabilidade de toda a região e de todo o mundo, cansado de guerras", foram as primeiras palavras de Francisco, pronunciadas em inglês, em território sul-coreano.

O papa se encontrou com a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e lembrou que a Península da Coreia "é uma terra que sofreu durante muito tempo com a ausência de paz" e pediu que "derrubem os muros do ódio promovendo uma cultura da reconciliação e de solidariedade".

O líder católico destacou que "a diplomacia como arte do possível está baseada na firme e constante convicção de que a paz pode ser alcançada mediante a escuta atenta e o diálogo, mais do que com recriminações recíprocas, críticas inúteis e demonstrações de força".

Ainda ontem, a tensão na península coreana aumentou após o lançamento de cinco mísseis de curto alcance pelo regime de Kim Jong-un. Todos eles caíram no mar. A relação entre Norte e Sul nos últimos anos esteve caracterizada por atritos constantes e desencontros. E os dois países permanecem tecnicamente em conflito, pois na Guerra da Coreia (1950-1953) foi assinado um armistício, nunca a paz definitiva.

"Nós coreanos acreditamos que a dor das Coreias pode ser curada com sua visita e esperamos que esta nos leve à reconciliação", disse a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, ao papa.

Francisco participa hoje da 6ª Jornada da Juventude Católica Asiática, que ocorre no oeste do país, e insistiu na importância de aproveitar o encontro para "escutar as preocupações dos jovens e refletir sobre a necessidade de transmitir a eles o dom da paz".

O papa vai ainda lembrar o papel dos pioneiros católicos coreanos que "dispostos a dar a vida pela verdade em que acreditavam estenderam a fé no país nos séculos 18 e 19, apesar de terem sofrido perseguições e torturas". No sábado, haverá a beatificação de 124 mártires sul-coreanos na Praça de Gwanghwamun.

Contato com a China é sem precedentes

Agência O Globo

No voo até a Coreia do Sul, o papa Francisco enviou uma mensagem sem precedentes de boa vontade à China, enquanto voava sobre o país, que não permite aos católicos locais reconhecer sua autoridade.

"Ao ingressar no espaço aéreo chinês, estendo meus melhores desejos à sua excelência e aos seus cidadãos, e invoco as bênçãos divinas da paz e bem-estar para sua nação", disse Francisco em uma mensagem transmitida por rádio ao presidente da China, Xi Jinping. Pela primeira vez um papa recebeu autorização para voar sobre a China em uma viagem para a Ásia. O papa João Paulo II evitou o espaço aéreo, em 1999, devido às relações tensas entre Pequim e o Vaticano.

O Vaticano não tem relações formais com a China desde que o Partido Comunista tomou o poder em 1949. A Igreja Católica na China está dividida em duas comunidades: uma Igreja "oficial" conhecida como "Associação Patriótica", que responde ao partido, e uma Igreja clandestina que jura lealdade somente ao papa em Roma.

Francisco não mencionou a China em conversa com jornalistas no avião e insistiu no papel da mídia para promover a paz.

Futebol

Papa envia saudações ao time do San Lorenzo pela Copa Libertadores

Efe

O papa Francisco enviou ontem um "ciclón" ("ciclone", em português) de saudações ao San Lorenzo, clube de que é torcedor, campeão da Taça Libertadores, com a vitória sobre o Nacional, do Paraguai, por 1 a 0, na partida ocorrida na última quarta-feira. O líder da Igreja Católica recebeu a informação do resultado da partida pouco depois de chegar à Coreia do Sul. De acordo com a imprensa argentina, as primeiras palavras do sumo pontífice foram o envio da mensagem para o clube e para seus torcedores, utilizando o apelido do San Lorenzo, que é conhecido como "Ciclón". De acordo com a rádio La Red, uma delegação viajará para o Vaticano com objetivo de oferecer o troféu da Libertadores ao papa, como já aconteceu em dezembro passado, quando o San Lorenzo conquistou o título de campeão argentino.

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