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Uma prospecção paleontológica na localidade espanhola de Escucha, no centro do país, revelou a existência da teia de aranha com insetos capturados mais antiga do mundo, datada de 110 milhões de anos, segundo a edição desta quinta-feira da revista científica "Science".

O fóssil, que agora faz parte da coleção da Fundação Conjunto Paleontológico de Teruel-Dinópolis, é um fragmento de teia de aranha com insetos capturados em uma estalactite de âmbar de cerca de 110 milhões de anos e pertence à época Cretácia Inferior.

Na teia de aranha, que segundo os analistas foi construída por uma espécie do grupo das Araneae, foram encontrados uma mosca, um escaravelho e uma vespa, parasita de ovos de baratas com o abdômen furado e cheio de resina fóssil.

Segundo os autores do artigo da "Science", tudo indica que os insetos serviram de alimento a uma aranha: mostram o abdômen furado e cheio de resina fóssil. É provável que a aranha tenha sugado seus tecidos internos após inocular os sucos digestivos. Uma vez mortos e vazios, ficaram mergulhados na resina.

Além disso, a pequena vespa está presa por um conjunto de fios que amarram eficazmente a pata.

A teia achada na peça de âmbar de Teruel desperta "um grande interesse científico" por outras duas razões: apresenta gotas originariamente pegajosas, e a geometria de uma parte indica que os fios que formavam a rede estavam dispostos de maneira regular. A teia tinha uma estrutura circular e estava formada por uma espiral pegajosa sobre um sistema de fios radiais.

O registro mais antigo desta característica das aranhas é um fio com gotas pegajosas encontrado em um âmbar do Líbano que tinha entre 124 e 138 milhões de anos.

Os analistas explicam no artigo da "Science" que as aranhas têm "um importante papel ecológico no ecossistema terrestre desde sua aparição, há cerca de 385 milhões de anos", e conseguiram sobreviver graças ao uso do fio e à construção de diferentes tipos de teias para capturar insetos voadores e saltadores.

Além disso, a datação da tela fóssil coincide com a diversificação explosiva das plantas com flores e dos insetos de grupos polinizadores, que estabeleceram uma relação simbiótica nos meios terrestres, antes ocupados por coníferas e afins.

"Graças a este fóssil é possível afirmar que, sem dúvida, as aranhas influenciaram na evolução inicial dos insetos polinizadores", segundo os autores da descoberta paleontológica.

Fontes da Universidade de Valência informaram que os autores da descoberta e do artigo da "Science" foram três cientistas: o colaborador Enrique Peñalver, do Instituto Cavanilles de Biodiversidade e Biologia Evolutiva; o pesquisador Xavier Delclós, do Departamento de Estratigrafia, Paleontologia e Geociências Marinhas da Universidade de Barcelona; e o analista David Grimaldi, do American Museum of Natural History, de Nova York.

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