• Carregando...

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira (15) que o não cumprimento da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que pediu o cessar-fogo imediato do conflito na Faixa de Gaza pode levar as relações internacionais a uma "lei da selva". Amorim retornou de uma viagem a países árabes e Israel nesta quinta-feira (15).

"O cumprimento é indispensável para que as Nações Unidas não percam a credibilidade. Se não houver cumprimento, estaríamos sendo jogados para uma lei da selva nas relações internacionais", disse o chanceler brasileiro.

Amorim lembrou que a resolução não foi vetada pelo principal aliado de Israel, os Estados Unidos. "A abstenção dos Estados Unidos num tema desta importância, o fato de não ter vetado, mostra que os Estados Unidos se sentem incomodados diante da reação da opinião publica internacional".

Segundo Amorim, três elementos são indispensáveis para avançar na resolução do conflito. "Três elementos são indispensáveis: o cessar-fogo, a retirada das tropas de Israel de Gaza e abertura das fronteiras de Gaza com a contrapartida do monitoramento das passagens. É indispensável que isso ocorra logo".

O ministro afirmou que o cessar-fogo não pode estar vinculado a "conveniências políticas" e afirmou que falta "vontade política" para concretizar a paz na região.

O chanceler não quis dizer se um dos lados, Israel ou Hamas, seria mais responsável pelo descumprimento da resolução. Ele destacou que países árabes têm influências sobre o grupo palestino e podem auxiliar em um processo de paz.

Ataque a prédio da ONU

O ministro condenou o ataque feito por Israel a um prédio da ONU. Amorim lembrou que os donativos enviados pelo Brasil a Faixa de Gaza estão em galpões dentro da área atingida, mas disse não ter informações se estes bens foram destruídos pelo bombardeio.

"Hoje, nos renovados ataques de Israel à Gaza, foi atingido o depósito de bens de assistência humanitária para onde foram os bens que o Brasil doou. São vários galpões e não podemos ter certeza se atingiu o que o Brasil doou ou não. Agora, fica a condenação do ataque a uma instalação exclusivamente humanitária e o pedido de uma investigação em detalhe do porque aconteceu um ataque neste lugar", disse Amorim.

O chanceler brasileiro não descartou o envio de novos donativos e até a utilização das tropas brasileiras depois do cessar-fogo no monitoramento das fronteiras em Gaza, mas enfatizou que tudo tem de ser submetido ao aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]