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Manisfestantes acompanham o funeral do opositor cubano, realizado em Havana | Reuters
Manisfestantes acompanham o funeral do opositor cubano, realizado em Havana| Foto: Reuters

Papa Bento XVI

Em mensagem lida pelo cardeal Jaime Ortega, manifestou o "seu mais profundo pesar e proximidade espiritual" à família de Payá e diz rezar pela recuperação dos feridos.

O corpo do dissidente cubano Oswaldo Payá foi sepultado ontem em Havana, em meio ao clamor de seguidores e à detenção de 50 opositores que assistiam ao funeral, grupo que incluía Guillermo Fariñas.

Com as mãos erguidas, centenas de pessoas, principalmente do Movimento Cristão de Libertação (MCL), fundado e dirigido por Payá, deram o último adeus a seu líder em um jazigo da família no cemitério Colon, em Havana.

Mais cedo, após a missa fúnebre, houve confusão entre dissidentes e partidários do governo. Os opositores foram presos por agentes à paisana.

Fariñas, um psicólogo de 50 anos, usava uma camisa com o rosto de Payá no momento da detenção. Payá (em 2002) e Fariñas (2010) receberam o Prêmio Sakharov do Parlamento europeu, assim como o grupo opositor Damas de Branco (2005), cuja fundadora, Laura Pollan, morreu em 14 de outubro de 2011 com problemas de saúde.

Payá, um engenheiro de 60 anos, morreu no domingo em um acidente de trânsito próximo de Bayamo (744 km de Havana), quando o veículo em que viajava com três ativistas políticos perdeu o controle e bateu em uma árvore, de acordo com fontes oficiais.

Dois filhos de Payá desconfiam da versão das autoridades cubanas e sustentam que o carro alugado por seu pai era perseguido por um caminhão, o que provocou o acidente. Contudo, a Comissão Cubana dos Direitos Humanos, grupo de oposição, afirma ter se tratado de um "acidente trágico".

No carro, viajavam também o espanhol Ángel Carro­­mero Barrios (do Partido Po­­pular), que dirigia o automóvel e foi detido para prestar esclarecimentos à polícia, e o democrata cristão sueco Jens Aron Modig, ambos de 27 anos.

O corpo de Payá foi velado na Paróquia El Cerro, no município em que residia. No funeral, a filha de Payá, Rosa María, responsabilizou o governo cubano pela "integridade física" de sua família.

A missa foi celebrada pelo cardeal Jaime Ortega, que leu uma mensagem do Papa Bento XVI manifestando o "seu mais profundo pesar e proximidade espiritual, en­­quanto suplico ao Todo-Po­­deroso pela recuperação total dos feridos".

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