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Diplomacia

Diálogo entre oposição e governo da Síria chega a impasse em Genebra

Os dois lados admitem não haver meios para superar diferenças e ONU afirma que não existe sequer uma data para o processo recomeçar

Depois de três semanas de esforços diplomáticos, fracassou ontem a negociação de paz, em Genebra, sobre o conflito na Síria. Mediadores admitiram que não existe, por enquanto, nem mesmo uma data para que o processo seja reiniciado.

Hoje, uma última reunião pode ocorrer na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), mas tanto a oposição quanto o governo sírio deixaram claro que não há espaço para superar as diferenças – uma retomada das negociações teria, necessariamente, que envolver os Estados Unidos e a Rússia.

Depois de quase três anos de guerra civil, esta foi a primeira iniciativa em que rebeldes e representantes de Bashar Assad dialogaram. Sem um ponto em comum sequer para iniciar o debate, o diálogo fracassou. "Não é que o processo chegou a um impasse. Ele, no fundo, nem começou", disse o vice-chanceler russo, Gennady Gatilov.

As negociações terminam com todos os lados se acusando. Entre os sírios, a oposição acusa o governo de ter usado os diálogos para ganhar tempo e avançar militarmente em várias regiões do país. Segundo a oposição, apenas nas últimas três semanas mais de 5 mil pessoas foram mortas.

Os rebeldes insistem que a única forma da negociação avançar é estabelecendo um órgão de transição na Síria, sem a presença de Assad. "Não tivemos uma resposta positiva à nossa proposta. Chegamos a um impasse e não poderemos superar esse ponto se não houver uma nova equipe que queira interagir e negociar", declarou o porta-voz dos insurgentes, Louay Safi.

Os representantes do governo se recusam a falar da possibilidade de ver Assad fora de um governo de transição e insistem que a prioridade nas negociações de paz é lutar contra o terrorismo. "Lamentamos que não houve avanço", disse o vice-chanceler Faisal Mekdad, do governo Assad. "Mas o outro lado veio com uma agenda diferente e que não é realista."

Armas químicas

A Síria se desfez de somente 11% de suas armas químicas em três embarques e está prestes a perder o prazo do meio de ano – de forte carga política – para destruir completamente seu estoque de material tóxico.

A Síria já deveria ter entregue mais de 1,3 mil toneladas de químicos tóxico declarados à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), o órgão que supervisiona o processo com a ONU.

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