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Milhares tentam escapar de ataque contra cidade sob controle rebelde

Reuters

Milhares de pessoas fugiram de uma cidade sob o controle dos rebeldes na Síria depois que ela foi bombardeada numa operação que desperta preocupações com a possibilidade de uma grande invasão por terra, informou ontem a Organização das Nações Unidas (ONU).

A ação militar na cidade de Yabroud, no oeste da Síria, perto da fronteira com o Líbano, se encaixa na estratégia do governo de assegurar um corredor entre Damasco e o principal reduto do presidente Bashar al-Assad, na costa do Mediterrâneo.

"Recebemos relatos da Síria de que houve vários ataques aéreos, de artilharia e preparativos militares ao redor da cidade, sugerindo que um ataque por terra pode ser iminente", disse Rupert Colville, porta-voz para direitos humanos das Nações Unidas.

A eletricidade foi cortada na quarta-feira, e hospitais não têm muitos suprimentos médicos, enquanto várias pessoas precisam de tratamento urgente, afirmou Colville em entrevista em Genebra.

Os civis precisam ser autorizados a deixar a cidade, caso contrário seria uma "violação grave" das leis internacionais pelo governo.

3 anos depois de quase três anos de guerra civil e mais de 130 mil mortos, esta foi a primeira iniciativa em que rebeldes sírios e representantes do governo de Bashar al-Assad dialogaram. Sem um ponto em comum sequer para começar o debate, o diálogo fracassou. Foram três semanas de tentativas em Genebra, na Suíça.

Acusações

Os dois lados interromperam o esforço diplomático trocando acusações. A oposição acusa o governo de ter usado os diálogos para ganhar tempo e avançar militarmente em várias regiões do país. Para Assad, o pedido de criar um governo de transição, é "irreal".

Depois de três semanas de esforços diplomáticos, fracassou ontem a negociação de paz, em Genebra, sobre o conflito na Síria. Mediadores admitiram que não existe, por enquanto, nem mesmo uma data para que o processo seja reiniciado.

Hoje, uma última reunião pode ocorrer na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), mas tanto a oposição quanto o governo sírio deixaram claro que não há espaço para superar as diferenças – uma retomada das negociações teria, necessariamente, que envolver os Estados Unidos e a Rússia.

Depois de quase três anos de guerra civil, esta foi a primeira iniciativa em que rebeldes e representantes de Bashar Assad dialogaram. Sem um ponto em comum sequer para iniciar o debate, o diálogo fracassou. "Não é que o processo chegou a um impasse. Ele, no fundo, nem começou", disse o vice-chanceler russo, Gennady Gatilov.

As negociações terminam com todos os lados se acusando. Entre os sírios, a oposição acusa o governo de ter usado os diálogos para ganhar tempo e avançar militarmente em várias regiões do país. Segundo a oposição, apenas nas últimas três semanas mais de 5 mil pessoas foram mortas.

Os rebeldes insistem que a única forma da negociação avançar é estabelecendo um órgão de transição na Síria, sem a presença de Assad. "Não tivemos uma resposta positiva à nossa proposta. Chegamos a um impasse e não poderemos superar esse ponto se não houver uma nova equipe que queira interagir e negociar", declarou o porta-voz dos insurgentes, Louay Safi.

Os representantes do governo se recusam a falar da possibilidade de ver Assad fora de um governo de transição e insistem que a prioridade nas negociações de paz é lutar contra o terrorismo. "Lamentamos que não houve avanço", disse o vice-chanceler Faisal Mekdad, do governo Assad. "Mas o outro lado veio com uma agenda diferente e que não é realista."

Armas químicas

A Síria se desfez de somente 11% de suas armas químicas em três embarques e está prestes a perder o prazo do meio de ano – de forte carga política – para destruir completamente seu estoque de material tóxico.

A Síria já deveria ter entregue mais de 1,3 mil toneladas de químicos tóxico declarados à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), o órgão que supervisiona o processo com a ONU.

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