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Chávez ataca apoio dos EUA à negociação

Folhapress

Caracas - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, atacou ontem a iniciativa dos EUA de promover o diálogo, no intento de solucionar o impasse hondurenho, entre o mandatário deposto, Manuel Zelaya, e o presidente interino golpista, Roberto Micheletti.

Chávez pediu a Barack Obama que retifique o "gravíssimo erro’’ da secretária de Estado, Hillary Clinton, que incentivou a negociação – até agora, malsucedida – mediada pelo presidente costa-riquenho Óscar Arias.

Para o venezuelano, o diálogo favorece e legitima um "usurpador’’, criando um "nefasto’’ e "perigoso’’ precedente.

Ele disse, em entrevista coletiva, que o diálogo "nasceu morto’’. "Como é horrível ver um presidente legítimo recebendo um usurpador e dando a ele o mesmo tratamento’’, disse, referindo-se ao mediador Arias.

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San José - Sem acordo nem data para um novo encontro. Assim terminou ontem em San José a primeira rodada de negociações entre representantes do presidente Manuel Zelaya, deposto há 13 dias, e do mandatário interino, Roberto Micheletti. Apesar da falta de resultados, ambos os lados concordaram em manter a mediação do governo costa-riquenho.

"Ontem, disse que isso tomaria tempo. A Costa Rica continuará mediando enquanto os setores envolvidos continuarem pedindo’’, disse ontem o presidente Óscar Arias, que mediou os dois dias de negociação.

Arias evitou dar datas precisas sobre o novo encontro – se limitou a dizer que será anunciado "nos próximos dias’’.

Em resposta às críticas do presidente venezuelano Hugo Chávez sobre as negociações, Arias pediu que "deixem os centro-americanos resolver os problemas dos centro-americanos, tal como fizemos 22 anos atrás’’, em alusão ao acordo mediado por ele que colocou fim à guerra civil na região e lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz de 1987.

Após as declarações de Arias, realizadas num toldo montado diante de sua casa, representantes dos dois lados deixaram evidente que, após seis horas reunidos, não houve avanços no ponto principal, a restituição ao cargo de Zelaya.

Falando em nome da representação de Micheletti, o ex-chanceler Carlos López informou que sua delegação regressaria ontem mesmo a Honduras, mas voltaria a San José caso seja convocada por Arias.

Questionado sobre a possibilidade de antecipar as eleições presidenciais de 29 de novembro, López afirmou que o tema "não foi debatido, mas tampouco foi descartado’’.

Mais duro, o porta-voz da comissão de Zelaya, o também ex-chanceler Milton Jiménez, voltou a afirmar que "qualquer solução passa pela restituição do presidente Zelaya’’, o único ponto que Micheletti tem dito que é inegociável.

Outra representante de Zelaya, a deputada Silvia Ayala, tomou a palavra para propor que a próxima reunião ocorra em Honduras. Arias não quis comentar a possibilidade.

Assim como a delegação de Micheletti, os representantes de Zelaya planejavam voltar a Honduras ontem.

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