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Painel com as imagens dos revolucionários cubanos Antonio Maceo (à esq.) e Che Guevara, em Havana | Desmond Boylan/Reuters
Painel com as imagens dos revolucionários cubanos Antonio Maceo (à esq.) e Che Guevara, em Havana| Foto: Desmond Boylan/Reuters

Havana - Cuba prestou homenagem ao mítico guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara no 83.º aniversário de seu nascimento, com a publicação ontem de um diário inédito que relata passagens de sua vida e da luta que levou ao poder Fidel Castro, em 1959.

Diario de um Combatente, abrange os fatos desde a chegada do iate Granma, em 2 de dezembro de 1956, a Cuba até a vitória da revolução, em 1.º de janeiro de 1959. Foi apresentado em ato do qual participaram a viúva do Che, Aleida March, e sua filha Aleida Guevara.

O Che "nos faz falta em Cuba, com sua capacidade de trabalho, de planejar, de convencer as pessoas. Lembramos que, em três anos, inaugurou mais de 30 fábricas e projetava outras 30", disse Oscar Fernández Mell, quem o acompanhou como médico e guerrilheiro durante toda a campanha em Cuba e no Congo (1965).

Fernández Mell, de 80 anos, re­­cordou que a época em que Che foi presidente do Banco Nacional – nos primeiros cinco anos da revolução – foi a "mais frutífera e gloriosa" da instituição.

A pesquisadora María del Car­­men Ariet explicou que Guevara foi um forte crítico dos países do bloco soviético, conforme o refletido no livro Apuntes Críticos a la Economía Política, publicado em 2006.

O presidente de Cuba, Raúl Cas­­tro, que substitui o irmão Fidel, desde julho de 2006, impulsiona um programa de reformas para tornar eficiente o esgotado modelo econômico cubano, de inspiração soviética, tentando descentralizá-lo e terminar com o paternalismo estatal.

O diário de Che, publicado pela editora australiana Ocean Press/Ocean Sur, é encerrado com a ba­­talla de Santa Clara (280 km a leste de Havana) no final de dezembro de 1958. Fernández Mell aproveitou para refutar o que chamou de "desvio" histórico, que atribui a Guevara "centenas" de fuzilamentos de militares e policiais da ditadura de Ful­­gencio Batista (1952-1958) na fortaleza de Cabaña, em 1959, depois do triunfo da revolução.

O livro foi preparado pelo Centro de Estudos Che Guevara. Em de­­zembro, o Centro publicará El Pen­­samiento Filosófico, notas trabalhadas por Che durante 17 anos para a composição de um dicionário filosófico.

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