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| Foto: Celso Junior/Reuters

Asilado

CPI da Espionagem quer viajar à Rússia para falar com Snowden

Integrantes da CPI da Espionagem do Senado querem ouvir Edward Snowden, o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) que vazou documentos secretos revelando que os EUA monitoram vários países, entre eles o Brasil.

Os congressistas vão sugerir a ida de um grupo de integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito à Rússia, onde Snowden está asilado, para que o ex-técnico conte detalhes da espionagem dos EUA no Brasil.

Os senadores vão recorrer ao Itamaraty para fazer a ponte com autoridades russas que possam viabilizar o encontro do grupo com Snowden.

Presidente da comissão, a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) disse que as investigações precisam ir à "fonte" dos vazamentos.

21 de outubro é a data prevista para ocorrer o leilão do campo de Libra, primeira área do pré-sal que será vendida pelo governo brasileiro. Apesar de denúncias de espionagem, leilão está confirmado.

Para a presidente Dilma Rou­sseff, se as denúncias de espionagem contra a Petrobras apresentadas na noite de domingo forem confirmadas, elas seriam uma prova de que os interesses da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) são econômicos e estratégicos. O fato derrubaria o argumento do governo dos EUA de que a NSA existe apenas para combater o terrorismo.

As afirmações da presidente foram feitas por meio de nota divulgada ontem.

As denúncias de espionagem dos EUA na Petrobras foram apresentadas no domingo passado pelo programa Fantástico, da Rede Globo.

"Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro", disse Dilma. "Tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas."

Petrobras

Também em uma nota, a Petrobras afirmou ontem que dispõe de sistemas altamente qualificados e permanentemente atualizados para proteger a Rede Interna de Computadores (RIC), mas reconheceu que pode ter tido dados da rede acessados.

Leilão

As denúncias de espionagem levaram a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, a aplacar temores de que dados do campo de Libra, primeira área do pré-sal que será vendida pelo governo brasileiro, teriam sido acessadas pelo governo dos EUA. Segundo Magda, não há hipótese do leilão, marcado para o dia 21 de outubro, ser adiado.

Ministro das Relações Exteriores vai aos EUA para obter explicações

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, saiu no meio de um encontro realizado ontem, em Genebra, e seguiu direto ao aeroporto, para pegar um avião até os EUA, onde vai tratar das denúncias de que os americanos espionaram o governo, as empresas e os cidadãos brasileiros.

Figueiredo vai se encontrar amanhã com a assessora-chefe de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice, como sinalizou o governo americano na semana passada, durante o encontro do G20 na Rússia, ao afirmar que buscaria uma solução que dê "condições políticas" para que a presidente Dilma Rousseff mantenha sua viagem a Washington, em outubro.

Dilma ameaça cancelar a viagem enquanto o governo americano não adotar "medidas concretas" para acabar com a espionagem, que foi denunciada pelo jornalista Edward Snowden. Figueiredo saiu para o aeroporto logo depois de fazer um discurso na primeira reunião do novo diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevedo.

O ministro foi primeiro para Nova York para resolver problemas pessoais. Depois vai para Washington.

Na semana passada, em São Petersburgo (Rússia), durante a cúpula do G20, Dilma e o presidente Barack Obama conversaram sobre o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem. Segundo ela, Obama prometeu responder às perguntas encaminhadas pelo governo do Brasil até amanhã. De acordo com a presidente, se for necessário, ela voltará a conversar com Obama.

"O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo esclarecimento integral dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema", contou Dilma.

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