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Monteiro Lobato: polêmica sobre termos supostamente racistas | Reprodução
Monteiro Lobato: polêmica sobre termos supostamente racistas| Foto: Reprodução

Obama alerta Irã de que o tempo para negociação é limitado

Folhapress

O presidente morte-americano Barack Obama fez um alerta ontem ao Irã, ao dizer que prefere resolver a questão nuclear "pela diplomacia" e que há "tempo e espaço" para fazê-lo, mas que esse tempo não é "ilimitado".

"Um Irã armado nuclearmente não é desafio que pode ser contido", disse no discurso à Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.

Ele citou duas vezes o Bra­­sil em sua fala.

Primeiro, ao falar que "do­­­­ Brasil à África do Sul, da­­ Tur­­quia à Coreia do Sul, pes­­soas de diferentes religiões,­­ raças e culturas tiraram milhões da pobreza, respeitando os direitos de seus cidadãos e tomando suas responsabilidades como nações".

E ainda citou "os jovens das favelas no Rio e das escolas de Mumbai [na Índia], cujos olhos brilham com seu potencial". Obama centrou o seu discurso na Primavera Árabe e na relação dos EUA com os países muçulmanos, pedindo tolerância.

Ele arrancou risos da plateia ao tentar explicar o conceito de liberdade de expressão e por que ele não poderia proibir vídeos anti-islã­­ no YouTube. "Como presiden­­te e comandante das For­­ças Ar­­madas dos EUA, eu aceito ser chamado de coisas horríveis todos os dias e sempre defenderei o direito de elas fazerem isso", afirmou.

Disse que seria impossível, "em tempos em que você posta um vídeo usando um celular e um clique", policiar o conteúdo mais polêmico.

No início da onda de protestos contra o filme A Ino­­cência dos Muçulmanos, no entanto, a Casa Branca pediu ao YouTube que revisse sua decisão de mantê-lo no ar.

A presidente Dilma Rousseff reafirmou ontem a posição contrária do Brasil a intervenções militares em países em conflito sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, num claro recado­­ às potências internacionais. Antecipando-se à crescente pressão por uma ofensiva oci­­dental para derrubar o re­­gime do ditador Bashar As­­sad, Dilma afirmou não ha­­ver solução militar para "a­­ gravíssima situação" da Sí­­ria e que ações paralelas às­­ Nações Unidas são ilegais e inaceitáveis.

O governo brasileiro teme que se repita em território sírio uma intervenção militar como a da Líbia, que levou à queda do ditador Muamar Kadafi, e avalia que a coalizão liderada por França, Reino Unido e EUA extrapolou as atribuições do Conselho de Segurança:

"Não podemos permitir que este Conselho seja substituído, como vem ocorrendo, por coalizões que se formam à revelia, fora de seu controle e à margem do Di­­reito internacional. O uso da força sem autorização do Conselho, uma clara ilegalidade, vem ganhando ares de opção aceitável. Mas, definitivamente, não é", afirmou a presidente em seu discurso, que abriu a 67ª Assembleia Geral da ONU.

Dilma disse que o impas­­se no Conselho (China e Rús­­sia têm vetado sanções mais duras à Síria) não pode servir de justificativa para uma ação armada e defendeu a diplomacia como melhor e "única opção".

Já o presidente da França, François Hollande, afirmou que o regime sírio não tem mais espaço na comunidade internacional e defendeu­­ uma ação mais direta das Nações Unidas nas áreas já sob controle da oposição:

"Sem mais demora, conclamo as Nações Unidas a oferecer imediatamente ao povo sírio todo o apoio que nos pedirem e a proteger as áreas liberadas", afirmou Hollande, anunciando também que a França está pronta para endurecer as sanções contra o Irã.

A presidente foi bastante aplaudida ao repudiar a escalada do preconceito ao Islã no Ocidente, numa referência ao vídeo ofensivo a Maomé que desencadeou violentos protestos no mundo árabe, e condenou os "atos de terrorismo" que resultaram na morte de diplomatas americanos na Líbia. Dilma também voltou a defender o fim do embargo econômi­­co a Cuba e a criação do Estado palestino.

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