Direção da Chácara do Céu afirma que foram três quadros roubados: um Dalí, um Picasso e um Monet

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A diretora do Museu da Chácara do Céu, Vera de Alencar, afirmou que pelo menos três quadros - um a mais do que se imaginava antes - foram roubados na tarde desta sexta-feira, durante a passagem do bloco das Carmelitas, em Santa Teresa. Além de "A dança", de Pablo Picasso, e "Dois balcões", de Salvador Dalí, também desapareceu a tela "Marine", de Claude Monet. São, segundo Vera, os quadros mais valiosos da instituição.

De acordo com a diretora do museu, quatro homens armados renderam a segurança, ordenaram o desligamento do circuito interno de TV e prenderam em uma sala um grupo de turistas que visitava o local. Após a saída dos ladrões, foram notadas as ausências de pelo menos três quadros.

O chefe do Departamento de Museus do Ministério da Cultura, José do Nascimento Jr., já informou o ministro da Cultura, Gilberto Gil, sobre o roubo. Gil, por sua vez, já entrou em contato com a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. A intenção é evitar que os quadros saiam do país, já que a suspeita é de que a ação seja de uma quadrilha internacional. No entanto, como os quadros são conhecidos internacionalemnte, Vera de Alencar acredita ser difícil o repasse a colecionadores.

- O quadro de Dalí, por exemplo, é o único em coleção pública na América Latina. E viaja o mundo inteiro. São quadros muito conhecidos. Os caras foram no filé mignon - disse Vera.

A diretora do Museu da Chácara do Céu lamenta o roubo num bom momento para o museu, segundo ela:

- Os móveis novos foram todos instalados, está chegando carro novo, estava tudo em cima. É a insustentável leveza do ser, não pode durar muito - queixou-se.

Esta semana, o Ministério da Cultura divulgou o investimento federal nos museus em 2005 , acima de R$ 95 milhões, a maior cifra da história do setor.

O Museu Chácara do Céu é a antiga residência do empresário e mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968) e pertence ao Ministério da Cultura há 23 anos.