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Guerra comercial

Disposta a negociar com Trump, UE propõe tarifas zero sobre produtos industriais dos EUA

Disposta a negociar com Trump, UE propõe tarifas zero sobre produtos industriais dos EUA
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (Foto: Tom Kalnins / Agência EFE)

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta segunda-feira que a União Europeia ofereceu aos Estados Unidos tarifas “zero por zero” sobre produtos industriais, embora também esteja preparada para responder com contramedidas ao plano tarifário do presidente Donald Trump.

Von der Leyen reiterou que a UE está “pronta para negociar com os EUA” para chegar a um acordo sobre as tarifas, mas ao mesmo tempo prepara medidas para defender seus interesses, inclusive contra o desvio de fluxos comerciais.

"Oferecemos tarifas 'zero por zero' para produtos industriais, como fizemos com sucesso com muitos outros parceiros comerciais, porque a Europa está sempre pronta para um bom acordo e, por isso, mantemos a proposta na mesa. Mas também estamos prontos para responder com contramedidas e defender nossos interesses”, declarou a política alemã ao lado do primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Store.

Fontes da UE afirmaram que a oferta de tarifas zero recíprocas sobre produtos industriais faz parte das negociações com as autoridades americanas pelo comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, que conversou com elas pela última vez na última semana.

Von der Leyen enfatizou que a UE também se protegerá “contra os efeitos colaterais (das tarifas) por meio de desvios de comércio”, criando um “Grupo de Trabalho de Monitoramento de Importações” para analisar o nível histórico de importações para o bloco e detectar se há um aumento específico nas chegadas de um determinado produto ou setor que precise ser tratado.

Perguntada se a UE usará o instrumento contra a coerção econômica, que foi previsto para 2023 e ainda não foi usado, Von der Leyen disse que “todos os instrumentos estão sobre a mesa” e que o bloco terá que ver como as negociações se desenrolam para decidir qual deles usar.

“Preferiríamos uma solução negociada”, insistiu Von der Leyen, que enfatizou que os primeiros a sofrer com as tarifas serão os consumidores e as empresas dos EUA, mas que elas também terão um “enorme impacto sobre a economia global” e atingirão principalmente os países em desenvolvimento.

“É um ponto de inflexão para os EUA”, acrescentou.

A presidente da Comissão Europeia insistiu que, além de preparar a retaliação e manter a mão aberta para o diálogo com os EUA, a UE também continuará a trabalhar para diversificar e fortalecer suas relações comerciais.

“Vamos nos concentrar em 83% do comércio global além dos EUA”, disse Von der Leyen, que citou como exemplos desse aprofundamento das relações comerciais com a UE os acordos assinados recentemente com Mercosul, México e Suíça, bem como os que estão sendo trabalhados com Índia, Tailândia, Malásia e Indonésia.

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