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Genebra – O fracasso das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) pode acabar gerando uma proliferação de disputas comerciais nos tribunais da entidade com base em Genebra. Segundo diplomatas e ministros, alguns países podem apostar nos juízes internacionais como única forma de fazer com que possam lutar contra os subsídios dados pelos países ricos, já que as negociações não conduziram a nenhum resultado. Para o setor privado brasileiro, esse é também o momento para que o Brasil cobre dos Estados Unidos a vitória que obteve no tribunal da OMC e que exigiu cortes de subsídios no setor do algodão.

"É inevitável que as disputas aumentem", disse Susan Schwab, representante de Comércio da Casa Branca. Ontem, o chanceler Celso Amorim fez o mesmo alerta aos demais ministros. "Se não temos progressos nas negociações, o uso dos mecanismos de disputas na OMC serão mais freqüentes", afirmou.

Sem uma perspectiva de redução do apoio estatal, analistas estimam que governos decidam recorrer aos juízes para provar que os subsídios estão prejudicando suas economias. Um estudo da Universidade de Michigan aponta que cerca de 30 disputas poderiam ser iniciadas, seja no setor de leite, soja ou arroz.

Para o diretor da OMC, Pascal Lamy, há de fato o risco de que essa proliferação de disputas acabe transformando o tribunal da entidade em um órgão legislador, diante da ausência de uma negociação de novas regras comerciais. "Temos de estar prontos para esta realidade. Esse é um dos riscos que a OMC corre", completou.

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