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A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) denunciou nesta terça-feira (10) que em dezembro foram realizadas 796 detenções temporárias por motivos políticos na ilha, número com o qual "o regime castrista quebrou todos os seus recordes dos últimos 30 anos".

Em um relatório divulgado nesta terça-feira, a CCDHRN destaca que o governo de Cuba "continua criminalizando, em seu anacrônico Código Penal, o livre exercício de todos os direitos civis, políticos, econômicos e culturais".

Em declarações à Agência Efe, o porta-voz da comissão, Elizardo Sánchez, atribuiu à "propensão repressiva" do regime cubano o alto número de detenções em um mês que esteve marcado pelo dia dos Direitos Humanos e a chegada de uma pequena frota de exilados de Miami às águas internacionais em frente à costa de Cuba, de onde lançaram fogos de artifício em apoio à dissidência interna.

A maior parte das detenções de dezembro foi de "curta duração" e algumas "duraram vários dias", segundo a CCDHRN, que aponta em seu relatório "inúmeros casos de violência policial".

Com os casos de dezembro, o número de detenções temporárias por motivos políticos registrado pela CCDHRN ao longo de 2011 foi de 4.123, frente aos 2.074 do ano anterior.

Elizardo Sánchez comentou que o ritmo de prisões de dissidentes em janeiro está sendo semelhante e calcula que ocorreram entre 20 e 30 nos primeiros dias do mês.

Entre esses casos figura Guillermo Fariñas, que está detido desde segunda-feira na cidade de Santa Clara junto a um grupo de opositores, segundo confirmaram à Efe Sánchez e a mãe do dissidente, Alicia Hernández.

Indulto

Em seu relatório, a CCDHRN também menciona o indulto que o governo de Raúl Castro outorgou a quase 2.991 presos cubanos, entre eles sete prisioneiros políticos, o que "representa apenas 4% do total da população carcerária estimada" na ilha, assim como a libertação adicional de 86 estrangeiros.

O documento destaca que, no mesmo dia em que o indulto foi efetivado "o regime levou para prisões de alta segurança sem acusações formais e sob condições desumanas" três dissidentes pacifistas.

O governo de Cuba considera os dissidentes "contrarrevolucionários" e "mercenários" a serviço dos Estados Unidos.

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