A pedido da cúpula católica, agentes de segurança do governo de Cuba desalojaram um grupo de dissidentes do regime instalado em uma igreja de Havana havia mais de 48 horas, provocando críticas de opositores às vésperas da chegada do Papa Bento XVI à ilha.
Os 13 manifestantes, que estavam na basílica Nossa Senhora da Caridade desde terça-feira, foram levados à delegacia e liberados depois. O grupo queria que o Papa, que estará em Cuba entre os dias 26 e 28, levasse ao governo suas petições.
A ordem de expulsão partiu do cardeal de Havana, Jaime Ortega, segundo nota da igreja publicada no jornal oficial Granma: "Termina assim uma crise que nunca deveria ter se produzido". O texto diz que os dissidentes "não ofereceram resistência", mas a versão deles é outra.
"Agarraram a gente e nos tiraram aos empurrões. Foi horrível", disse Fred Calderón, 32 anos, parte do grupo. Calderón disse ter sido ameaçado. "O policial disse que não me queria na rua no dia 26, nem 27, nem 28."
No começo de março, o porta-voz do Arcebispado de Havana tinha alertado que a Igreja Católica único interlocutor do governo de Raúl Castro corria o "risco" de enfrentar pressões políticas diante da visita do Papa.
Bento XVI chegará a ilha pelo México para a primeira visita papal a Cuba depois de João Paulo II em 1998, que marcou o fim de um distanciamento entre a Igreja e o governo comunista.
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