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Representantes da oposição síria anunciaram nesta terça-feira em Istambul o início dos trabalhos para unificar todas as correntes sob um Conselho Nacional Sírio (CNS) que coordene a revolta contra o regime de Bashar El Assad e se encarregue do Governo após a eventual queda do presidente.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva nesta terça-feira em um hotel em Istambul, após quatro dias de negociações entre as diversas facções.

"A diferença entre as reuniões anteriores e esta é que naquelas só decidimos mostrar nosso apoio à revolta contra Assad, enquanto nesta decidimos juntar todas as facções da oposição sob o mesmo lema", explicou à Agência Efe um dos integrantes do comitê preparatório do CNS.

Os trabalhos do comitê, formado por 30 pessoas, continuarão nas próximas semanas, pois está previsto que, dentro de um prazo de 15 dias, seja anunciada oficialmente a inauguração do planejado conselho em um novo encontro em Istambul, do qual também participarão membros da oposição no interior.

"Devido à situação na Síria, para eles é difícil se organizar. Mas, de um modo ou outro, conseguirão escolher seus líderes", assegurou.

De acordo com este dissidente, a oposição no interior, com a qual estão em contato, lhes transmitiu seu apoio à criação do CNS.

"Nosso objetivo é criar um Mapa do Caminho para apresentar à comunidade internacional sobre como preencher o vazio de poder que ficará quando o regime de Assad sair", disse.

Em relação à entrevista na televisão síria desta segunda-feira na qual Assad prometeu uma série de reformas, incluindo eleições multipartidárias e uma "ampla" reforma da Constituição, os opositores reafirmaram sua desconfiança.

"Ninguém dá credibilidade às palavras de Assad. Após cada declaração que faz, continuam a repressão e as mortes. Com Assad não há possibilidade de diálogo. Queremos que abandone o poder", exigiu o integrante do comitê preparatório do CNS.

Ele afirmou que os opositores mantêm contínuos contatos com "diversos líderes da comunidade internacional" e ressaltou a necessidade de o resto dos países "pressionarem Assad e lhe imporem mais sanções" para facilitar sua saída.

No entanto, os opositores reafirmaram seu pedido para que a luta contra Assad seja pacífica e sua rejeição a uma intervenção militar estrangeira como no caso da Líbia.

"Ficamos muito felizes com o que ocorreu na Líbia, mas o movimento líbio não é um exemplo para nós. Decidimos que não nos armaremos e que nossa luta será completamente pacífica", ressaltou.

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