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O ditador do Egito, Hosni Mubarak, disse ontem à rede de tevê norte-americana ABC que está "cansado" e que só não deixa o poder agora por temer que "o país afunde no caos’’ caso ele saia do poder no atual momento de profunda e violenta crise.

As declarações do ditador formam parte de um plano de comunicação que inclui, ainda, pronunciamentos do vice-presidente Omar Suleiman e do premiê Ahmed Shafik, recém-promovidos.

A estratégia consiste aparentemente em mostrar uma suposta abertura ao diálogo e em rebater acusações de que o governo é responsável pela mobilização dos milhares de pessoas que iniciaram ontem ataques a pedras e porretes contra manifestantes antigoverno estacionados há dias no centro do Cairo.

"Não me importo com o que as pessoas dizem de mim. Agora eu estou preocupado com o meu país, me importo com o Egito’’, disse Mubarak em entrevista de cerca de 20 minutos à repórter Christiane Amanpour.

Sem novo mandato

Coube ao vice-presidente, general Omar Suleiman, líder do aparato de inteligência e segurança, reafirmar o que Mubarak já havia dito em pronunciamento na tevê, três dias atrás: que o ditador não concorrerá a um oitavo mandato seguido nas eleições presidenciais de setembro – existe pouca confiança internacional no processo eleitoral egípcio.

Suleiman também descartou que Gamal, filho do ditador e considerado forte candidato à sucessão, se apresente no pleito.

O general afirmou ainda que as eleições não serão atrasadas e poderão até ser antecipadas para agosto. Nesse período, segundo ele, haverá reformas legislativas e constitucionais.

Suleiman também afirmou que o diálogo político sobre a implementação das reformas prometidas por Mubarak "levará algum tempo’’ e envolverá todos os partidos políticos egípcios.

Entre os convidados está a Irmandade Muçulmana, principal força da oposição egípcia. Suleiman confirmou que o grupo foi contatado e convidado ao diálogo. A Irmandade negou estar participando de conversas com o governo.

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