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Manifestação em frente da embaixada da Síria em Madri, na Espanha, contra o governo do ditador Bashar Assad | Dominique Faget/AFP
Manifestação em frente da embaixada da Síria em Madri, na Espanha, contra o governo do ditador Bashar Assad| Foto: Dominique Faget/AFP

Pressão

Casa Branca ameaça Assad com sanções

O recrudescimento da repressão da ditadura de Bashar Assad contra os oposicionistas provocou reações contrárias em todo o mundo. Os EUA classificaram a ação do governo sírio como "deplorável’’. Funcionários do governo disseram que a Casa Branca estuda sanções contra Assad, provavelmente incluindo congelamento de bens e veto a viagens.

Aliada do Irã e inimiga de Israel, a Síria é um dos principais opositores dos EUA no Oriente Médio – o Departamento de Estado americano a considera patrocinadora do terrorismo por apoiar grupos como o libanês Hizbollah e o palestino Hamas.

França, Reino Unido, Alemanha e Portugal, integrantes do Conselho de Segurança da ONU, instaram o órgão a tomar medidas contra os ataques da ditadura síria.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu investigação sobre os relatos de assassinato e soltura imediata de ativistas e presos políticos.

Em nota divulgada pelo Itamaraty, o Brasil repudiou o uso da força contra manifestantes desarmados. "As aspirações legítimas das populações do mundo árabe devem ser equacionadas por processos políticos inclusivos, e não pela via militar’’, diz a nota.

Bombas da Otan atingem escritório de Kadafi na Líbia

Trípoli - Duas bombas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) destruíram ontem o escritório e a biblioteca do governante líbio Muamar Kadafi, em sua imensa residência em Trípoli, o complexo de Bab Al-Aziziya. Um segundo edifício, onde Kadafi costuma re­­ceber dignitários, líderes tribais e aliados políticos, foi danificado.

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Damasco - Em novo lance da escalada re­­pressiva da ditadura de Bashar As­­sad, milhares de soldados do go­­verno da Síria entraram com tanques em Daraa. A cidade no sul do país é um dos epicentros da revolta contra o governo, iniciada em meados de março.

As restrições impostas pelo re­­gime sírio impedem a verificação independente de informações, mas ativistas estimam ao menos 25 mortes nos conflitos em Daraa on­­tem, e testemunhas falam em corpos espalhados pelas ruas.

Foi a primeira vez desde o início dos protestos que o ditador man­­dou invadir um centro urbano com tanques, em aparente nova estratégia contra oposicionistas – que inclui a ocupação militar.

Por intermédio da agência es­­tatal Sana, o governo alegou que o Exército entrou em Daraa a pe­­dido dos moradores e para protegê-los de "terroristas". Opo­­si­­cio­­nistas também relataram ataques das forças de Assad a Douma e Mouadhamiya, subúrbios da ca­­pital do país, Damasco.

A explosão no uso da violência contra manifestantes antigovernistas começou na sexta, um dia após Assad ter suspendido oficialmente o estado de emergência que vigorava na Síria desde 1963 – medida que especialistas chamaram de "cosmética’’.

Nesse dia, relatos de confrontos entre forças da ditadura e ma­­nifestantes em pelo menos 20 ci­­dades davam conta de no mínimo 88 mortos, sobretudo em Homs e Hama, no oeste. Estima-se que qua­­se 400 pessoas tenham morrido desde o começo dos protestos, em março.

Moradores de Daraa afirmam que pelo menos oito tanques do Exército sírio e um número estimado em até 6 mil soldados en­­traram na cidade ao amanhecer. Água, eletricidade e telefones fo­­ram cortados, e a fronteira com a Jordânia, que fica próxima e po­­deria ser uma rota de escape, foi fechada.

Segundo relatos de testemunhas, atiradores das forças de segurança se posicionaram no al­­to de mesquitas e edifícios públicos, atirando em qualquer coisa que se movesse. Além disso, soldados e milicianos invadiram casas à procura de oposicionistas.

Suhair al Atassi, ativista sírio de direitos humanos, chamou as ações do governo de "ação selvagem planejada para aniquilar os democratas da Síria’’. "As intenções de Assad são claras desde que declarou estar pronto para a guerra’’, acrescentou.

Para outro ativista, Razan Zei­­tounia, o objetivo do governo é in­­­­­­timidar manifestantes e transformar a repressão em Daraa num "exemplo’’ para o restante do país.

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