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O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega (dir.), com o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández e o ex-presidente de El Savador, Salvador Sánchez Cerén. Foto de arquivo, 30 de agosto de 2017, Manágua
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega (dir.), com o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández e o ex-presidente de El Savador, Salvador Sánchez Cerén. Foto de arquivo, 30 de agosto de 2017, Manágua| Foto: EFE/ Jorge Torres

A ditadura da Nicarágua convocou nesta segunda-feira para consultas seus respectivos embaixadores em Argentina, Costa Rica, Colômbia e México, em reciprocidade com o que foi feito por esses países.

O pedido de consultas, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do regime de Daniel Ortega, foi feito "de acordo com a Convenção de Viena, em resposta a pedidos similares feitos pelos governos mencionados acima a suas representações na Nicarágua".

"O Governo de Reconciliação e Unidade Nacional tem observado e considerado com seriedade e maturidade, com muita paciência, as constantes e imerecidas observações desrespeitosas, ingerentes, intromissoras e intervencionistas em nossos assuntos internos, por parte das mais altas autoridades de cada um desses países, sobre questões que só preocupam nosso povo e nosso governo", disse a pasta em comunicado.

Argentina, Colômbia, Costa Rica e Colômbia convocaram seus embaixadores na Nicarágua para consultas devido a "preocupantes ações político-jurídicas" da ditadura de Ortega visando as eleições gerais de 7 de novembro, para as quais foram excluídos opositores.

"Inaceitáveis"

No documento, o regime nicaraguense, comandado pelo movimento sandinista, acusou as autoridades desses quatro países de tentarem ignorar "cinicamente e sem escrúpulos" situações "que são prejudiciais aos direitos humanos em seus próprios países".

"Em nossa Nicarágua, que sofreu e combateu com sucesso todas as formas de intervenção em nossos assuntos e em nossos territórios, rejeitamos categoricamente essas inaceitáveis formas de imitação caricatural por aqueles que, violando nossas próprias terras sagradas de nossa grande pátria, arrogaram para si funções que ninguém lhes concedeu, em aberta violação do direito internacional e dos direitos humanos, e em vergonhoso seguimento das potências colonialistas, imperialistas, agressores e destruidores de nossas culturas e modos de vida", acrescenta o texto.

Exclusão de opositores da eleição

No atual processo eleitoral, as autoridades nicaraguenses prenderam mais de 30 líderes da oposição, incluindo oito candidatos presidenciais que estão sendo investigados por suposta "traição".

O Conselho Supremo Eleitoral, controlado pelos apoiadores de Ortega, também cancelou o status legal de três partidos políticos, incluindo a principal aliança da oposição, além de ter reformado a Lei Eleitoral, que estabeleceu maior controle sobre a estrutura eleitoral em favor dos sandinistas.

Ortega, um ex-guerrilheiro perto de completar 76 anos e que retornou ao poder em 2007 após liderar uma junta governamental de 1979 a 1984 e presidir o país de 1985 a 1990 pela primeira vez, busca agora seu quinto mandato de cinco anos, o quarto consecutivo, nas eleições de novembro.

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