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Washington – Pela primeira vez na história, os Estados Unidos têm boas chances de eleger um negro ou uma mulher para a Presidência. O grupo de presidenciáveis para 2008 é o mais etnicamente diverso de que se tem registro: no lado democrata, os favoritos a uma indicação são o senador negro Barack Obama, a senadora Hillary Clinton e, com menos probabilidade, o governador do Novo México, o hispânico Bill Richardson. Entre os republicanos, o ex-prefeito de Nova Iorque e herói do 11 de Setembro Rudy Giuliani, ítalo-americano e católico, e Mitt Romney, governador de Massachusetts que é mórmon, são os mais cotados. Entre os líderes da corrida para 2008, sobram apenas dois homens representantes da chamada elite americana WASP (white, anglo-saxon, protestant): o republicano John McCain, veterano do Vietnã que perdeu as primárias do partido para George W Bush em 2000, e o democrata John Edwards, ex-senador da Carolina do Norte e ex-vice na chapa de John Kerry. Edwards ainda não confirmou sua candidatura. Já acostumado a ser a voz dissonante em várias questões, McCain pode acabar sendo o único legítimo WASP da próxima eleição.

Apesar da diversidade étnica e religiosa sem precedentes dos postulantes à Presidência, muitos cientistas políticos questionam: será que os americanos elegeriam um candidato negro, hispânico, ou uma mulher?

"Acho que nunca estivemos tão próximos disso", diz Norman Ornstein, especialista em eleições do conservador American Enterprise Institute. "Parte do eleitorado resiste em votar em não-brancos, mas figuras como Obama e Hillary são maiores que barreiras de raça ou gênero."

Para Larry Sabato, diretor do Centro de Política da Universidade de Virgínia, o conjunto de candidatos reflete as mudanças do perfil demográfico dos Estados Unidos. "Em 2050 os brancos serão minoria nos Estados Unidos", afirma o professor.

Raça, religião e gênero ainda são questões muito delicadas nas eleições. Deval Patrick, eleito para o governo de Massachusetts, é apenas o segundo governador negro na história dos Estados Unidos. Os estados sulistas nunca elegeram um senador negro.

Para mulheres, é um pouco mais fácil. No Senado que começa a legislar em janeiro, haverá 16 mulheres e apenas um negro (entre os 100 senadores). Dos 50 governadores, 8 serão mulheres e 1 será negro. A Câmara terá uma presidente mulher – a democrata Nancy Pelosi – pela primeira vez.Ceticismo

Fredrick Harris, diretor do centro de estudos de política afro-americana sa Universidade de Rochester, em Nova Iorque, é cético. "Um negro, uma mulher ou um latino dificilmente conseguirão votos suficientes entre eleitores brancos do sul, que ainda são muito preconceituosos", analisa.

Ciente do preconceito do sul, o socialista Thomas Schaller aposta que os democratas poderão ganhar se conquistarem o meio-oeste e o sudoeste, redutos republicanos em que os democratas conseguiram avançar na eleição legislativa deste ano.

"A porção racista dos Estados Unidos está diminuindo ano a ano", acredita Dan Restreppo, presidente do Projeto Américas do Centro.

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