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Chanceler Luiz Alberto Figueiredo: “marco importante” | Ueslei Marcelino/Reuters
Chanceler Luiz Alberto Figueiredo: “marco importante”| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A resolução antiespionagem aprovada na quarta-feira pela Assembleia Geral das Nações Unidas cria um compromisso entre os países da ONU para "fazerem uma revisão de seus procedimentos e legislação". Essa é avaliação do chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, que afirmou que o texto é um "marco muito importante" sobre o tema.

O documento, apresentado por Brasil e Alemanha no início de novembro, passa a valer imediatamente. O texto afirma, por exemplo, que os mesmos direitos garantidos aos cidadãos fora da rede também devem ser protegidos online.

"Se isso tem um efeito sobre práticas é o que nós esperamos que tenha. E aí não me refiro a nenhum país especificamente, é algo geral", disse o ministro.

Denúncias

A resolução vem meses depois de denúncias de espionagem dos Estados Unidos em diversos países, entre eles Brasil e Alemanha. "Sim, é necessário haver uma revisão de procedimentos, especialmente no caso de certos países, para que as atividades [de espionagem] sejam combatíveis com o direito internacional e os direitos humanos dos cidadãos", completou o ministro.

Para Figueiredo nos "meios novos de comunicação requerem um olhar cuidadoso para os direitos dos indivíduos". Ele destacou ainda que um relatório anual deve ser elaborado sobre o tema.

EUA gostam da reação à carta de Snowden

Folhapress

Thomas Shannon, assessor especial do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse ontem que a reação do governo brasileiro à carta de Edward Snowden ao povo do Brasil foi "positiva".

"Estamos engajados de maneira significativa, há vários sinais positivos pelo governo brasileiro, como a reação à carta de Snowden, o consenso na ONU, chegamos a um bom ponto", declarou Shannon, que era embaixador dos EUA no Brasil quando estourou o escândalo.

Ontem, a Assembleia-Geral da ONU aprovou texto apresentado pelo Brasil dizendo que é preciso proteger o direito à privacidade. O texto foi amenizado a pedido dos EUA, porém.

Shannon considera que as denúncias de espionagem "foram exageradas no Brasil por razões políticas, não pelos brasileiros, mas por aqueles que ‘tomam conta’ de Snowden" – referência ao jornalista Glenn Greenwald, que revelou o esquema, e a seu namorado, o brasileiro David Miranda, que lidera a campanha pró-asilo para o ex-agente da NSA.

Segundo Shannon, "o serviço de inteligência que o Brasil possui não é do tamanho das ambições globais do país. Para isso, serão necessárias mais parcerias. O Brasil vive em uma situação privilegiada hoje, sem inimigos externos, mas há muita gente interessada sobre o que acontece lá."

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