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Homem faz entrega da Cruz Vermelha para pessoas em quarentena no Texas | Mike Stone/Reuters
Homem faz entrega da Cruz Vermelha para pessoas em quarentena no Texas| Foto: Mike Stone/Reuters

Risco nos voos é "zero", afirma a United Airlines

Estadão Conteúdo

Após ter sido informada que Thomas Eric Duncan, o liberiano hospitalizado com ebola em Dallas, nos EUA, viajou em dois voos da United Airlines no dia 20 de setembro, a empresa começou a contactar imediatamente "centenas" de outros passageiros nos dois voos.

De acordo com a United, a empresa está fornecendo a essas pessoas o contato do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), capaz de responder a perguntas sobre a possível transmissão do vírus. Ao mesmo tempo, a United está informando aos clientes que o próprio CDC declarou que o "risco é zero".

Acredita-se que Duncan voou da Monróvia, capital da Libéria, para Bruxelas em uma linha aérea europeia. Em seguida, ele embarcou no voo 951 da United em Bruxelas para o Aeroporto Internacional Dulles, em Washington, onde foi transferido para o voo 822 da United para o Aeroporto Internacional Worth, em Dallas.

A United, segunda maior companhia em tráfego aéreo dos EUA, não informou quantos passageiros foram contatados. A companhia também se comunicou com a equipe de bordo desses voos e com todos seus funcionários.

As duas aeronaves usadas nos voos de 20 de setembro passaram pela limpeza regular noturna e continuam operando normalmente, de acordo com a United. A companhia continua realizando os voos de Bruxelas para os EUA, assim como de Houston para Lagos, na Nigéria, o único direto dos EUA para a África.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou ontem que os voos que se comunicam com os países da África Ocidental afetados pela atual epidemia do ebola não devem ser cancelados. Um dos argumentos da ONU é que os grupos de ajuda humanitária precisam ter acesso à região.

A Libéria ameaça processar o passageiro que levou o vírus ebola aos EUA, dizendo que ele mentiu em um questionário do aeroporto ao afirmar que não teve nenhum contato com pessoas infectadas. A informação foi divulgada ontem por autoridades liberianas.

A agência de aeroportos da Libéria obteve permissão do Ministério da Justiça para ir atrás do caso. O liberiano Thomas Eric Duncan, de cerca de 40 anos, respondeu a uma série de questões sobre a própria saúde antes de partir para Dallas, no Texas.

Em um formulário de 19 de setembro obtido pelo As­­sociated Press, ele respondeu não a todas as perguntas.

En­­tre outras questões, o formulário perguntou se Duncan cuidou de algum paciente com ebola ou tocou o corpo de alguém que tivesse morrido na área afetada pelo vírus.

Vizinhos na capital da Li­­bé­­ria, Monróvia, acreditam que Duncan se infectou quando ajudou a colocar uma grávida de 19 anos em um táxi há algumas semanas e a acompanhou na busca de tratamento.

A mulher tinha convulsões e reclamava de dores na barriga, com todos pensando que seus problemas tivessem relação com o sétimo mês de gravidez.

Nenhuma ambulância foi buscá-la, e o grupo que a colocou no táxi não encontrou um hospital. Ela morreu e, nas semanas seguintes, todos os vizinhos que a ajudaram ficaram doentes ou morreram.

No Texas, autoridades contataram cerca de 100 pessoas que podem ter tido contato direto ou indireto com Duncan ou com alguém próximo a ele, enquanto outros quatro familiares foram colocados em quarentena num apartamento em Dallas.

Segundo autoridades de Dal­­las, o total inclui de 12 a 18 pessoas que tiveram contato direto com o liberiano, que viajou ao Texas via Bruxelas e Washington há duas semanas, enquanto as demais tiveram contato com pessoas desse grupo.

A porta-voz dos serviços de saúde de Dallas, Erikka Ne­­roes, informou que todas essas pessoas estão sendo monitoradas e não apresentaram sintomas até o momento.

Entre elas, estão três membros da equipe da ambulância que levou o homem ao hospital e cinco crianças que foram à casa da família de Duncan ao longo do último final de semana.

Os membros da família de Duncan devem ficar em casa até o dia 19 de outubro e não podem receber nenhuma visita sem aprovação.

Sintomas

O período máximo de incubação do vírus é de 21 dias. Os sintomas da doença aparecem até dez dias após a infecção. O liberiano que viajou aos EUA foi internado no Texas no último domingo, depois de ter chegado aos EUA no dia 20. Ele havia procurado o hospital antes, no dia 26, mas foi mandado de volta para casa mesmo depois de dizer que tinha voltado da Libéria. A epidemia já matou 3.338 pessoas na África.

Viagens

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou que as Nações Unidas acreditam que viagens aéreas a países da África Ocidental afetados pelo vírus do ebola devem continuar, apesar do primeiro caso nos EUA. Dujarric disse que "é muito importante não isolar esses países", uma vez que isso iria piorar a situação política e econômica deles. Ele afirmou que grupos de ajuda humanitária precisam de acesso à região.

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