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Um agente antiparasitário, usado para tratar a doença do sono na África, pode ser usada para prevenir câncer de pele. Pesquisadores descobriram que uma substância chamada DFMO (ou difluoromethylornithine), protege contra o câncer de pele, e tem efeito de longo prazo: anos depois que as pessoas pararam de tomar a droga, seus efeitos protetores ainda são sentidos. A descoberta foi apresentado na Conferência Internacional sobre de Pesquisa de Ponsa sobre Cancer, realizada entre 22 e 25 outubro, em Boston.

Neste estudo de acompanhamento de pacientes, os pesquisadores avaliaram evidências do efeito protetor prolongado do DFMO em 209 pessoas que haviam participado de um estudo anterior. Os pesquisadores também queriam garantir não houve efeitos deletérios associados com a droga. O estudo foi apresentado pelo pesquisador e professor de medicina Howard H. Bailey, e sua assistente, a estudante de medicina Sarah Lamont, ambos da Escola de Medicina da University of Wisconsin, nos EUA.

O estudo foi feito de modo duplo-cego randomizado (na qual foram escolhidos pacientes aleatoriamente), para avaliar a perspectiva de 291 pacientes, homens e mulheres, com história de câncer de pele não-melanoma. Eles foram designados para receber DFMO ou um placebo, durante um período de quatro a cinco anos. No final do período, os pesquisadores descobriram incidência de câncer de pele reduzida entre aqueles aos quais foi atribuído a DFMO.

"Nós mostramos um efeito protetor significativo contra o carcinoma basocelular, mas não uma quantidade significativa de proteção contra o carcinoma de células escamosas da pele", disse Bailey.

O principal efeito colateral foi ototoxicidade ligeira (que tem efeito tóxico sobre o sistema auditivo e de equilíbrio), encontrado em testes, mas esta não foi associada com uma redução notável na audiência pelos sujeitos.

No estudo retrospectivo, os pesquisadores revisaram registros médicos eletrônicos de 209 dos participantes, para estabelecer as taxas de câncer e para ver se outras doenças que poderiam ter seu desenvolvimento atribuído à DFMO.

"Nós descobrimos que ainda há evidências de que homens e mulheres a quem foram atribuídos as pílulas de DFMO por cinco anos continuaram a ter menor incidência de cânceres de pele não-melanoma em comparação com pessoas que recebiam placebo", disse Bailey. "O que vimos foi que o suposto benefício que as pessoas têm em tomar DFMO pareceu persistir por anos após interrompê-lo."

"Limitações do estudo incluem o fato de que os participantes podem ter sido seguidos de formas diferentes ou podem ter alterado seu comportamento, para limitar a exposição ao sol", disse Bailey. "Nossos dados sugerem que a proteção parece continuar indefinidamente e não há nenhuma evidência de qualquer efeito rebote. E nós não encontramos nenhuma prova de que as pessoas que receberam DFMO foram prejudicadas [exceto pela a ototoxicidade surpreendida na primeira fase do estudo original]."

No entanto, Bailey advertiu que mais estudos são necessários antes de a DFMO poder ser recomendada como profilaxia contra o câncer de pele. Ele acrescentou que as medidas de profilaxia são necessárias porque os esforços de saúde pública para ensinar as pessoas sobre como limitar a exposição ao sol não têm tido resultado para reduzir casos de câncer de pele. Há hoje mais de 2 milhões de casos de câncer de pele não melanoma diagnosticados a cada ano.

"A incidência de câncer de pele continua a aumentar, apesar dos esforços de saúde pública para levar as pessoas a diminuir sua exposição ao sol)", lamentou Bailey.

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