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A Duma, ou Câmara dos Deputados da Rússia, proibirá por lei a adoção de crianças russas por parte de casais homossexuais, anunciou nesta segunda-feira (10) seu presidente, Sergei Narishkin.

"Devemos tomar medidas e as tomaremos. Introduziremos mudanças na legislação russa para proibir as adoções se a família for de pais do mesmo sexo", disse Narishkin, citado por agências locais.

Narishkin acrescentou: "Acho que dará tempo de introduzir as remodelações já na próxima semana".

Esse assunto será debatido na quinta-feira (13) durante a reunião dos comitês de família e assuntos internacionais, à qual irão ativistas franceses que participaram dos protestos contra a legalização dos casamentos homossexuais em seu país.

Na semana passada, na cúpula Rússia-União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, adiantou que promulgará a proibição se a Duma lhe apresentar o projeto de lei.

"Se o Parlamento ratificar essa lei, a assinarei. Estou farto desses casais homossexuais. É preciso mostrar menos agressividade e não aumentar o problema. Assim será melhor para todos", disse, visivelmente tenso.

Ao mesmo tempo, Putin negou que em seu país haja "discriminação" das minorias sexuais: "Acho que nossa legislação é muito liberal nesse sentido".

No final de março, o jornal russo "Izvestia" informou que Putin havia ordenado ao governo e pedido ao Supremo Tribunal que proibissem por lei a adoção de crianças russas por homossexuais.

Putin pediu ao Supremo que introduza antes de 1º de julho as mudanças necessárias no regulamento de adoções e também advogou por modificar os acordos bilaterais em matéria de adoções com a França e outros países em relação com a recente aprovação em aquele país do casamento homossexual.

"Devemos reagir ao que ocorre ao nosso redor. Nós respeitamos nossos parceiros, mas pedimos que respeitem nossas tradições culturais e éticas, e as normas legais e morais da Rússia", disse.

O acordo bilateral com a França foi assinado em novembro de 2011 e ratificado em julho do ano passado pelo próprio chefe do Kremlin.

O defensor do Menor russo, Pável Astájov, que depende diretamente do Kremlin, já expressou várias vezes sua rejeição ao direito a adotar das famílias não tradicionais.

Astájov assegurou que a Rússia fará tudo que for possível para impedir que no país se repita a situação que existe na Espanha, Canadá ou França, onde os casais do mesmo sexo podem adotar crianças.

A Rússia já aprovou uma controvertida lei que proíbe a "propaganda homossexual" entre os menores de idade, que esta minoria considera uma desculpa para impedir a realização das marchas do orgulho gay.

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