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A economia americana está diminuindo o ritmo do seu longo período de crescimento, mas segundo pesquisas, é pouco provável que o resultado das eleições parlamentares de novembro venha a ser determinado pelo desempenho econômico do governo de George W. Bush.

Uma pesquisa feita pelo jornal "New York Times" e pela rede de TV americana CBS, indicou que somente 7% das pessoas colocaram o assunto como o mais importante na hora de escolher os seus candidatos, sendo que 27% citaram a Guerra do Iraque.

Além do mais, 60% dos entrevistados disseram que a economia está em boas condições, embora 31% achem que a situação deve piorar – contra 19% acreditando no oposto – e 49% dizendo que o panorama deve se manter mais ou menos o mesmo.

Por muitos anos, se dava como certo que os pleitos americanos era majoritariamente decididos pela saúde da economia do país, mas a derrota democrata em 2000 aconteceu num momento em que Bill Clinton apresentava números bastante positivos e em 2004, assuntos como terrorismo, Iraque e tópicos sociais e religiosos foram mais decisivos.

Três assuntos ligados à economia são os mais sensíveis para os americanos: os preços da gasolina e da casa própria e a oferta de emprego.

A elevação do preço do galão de gasolina para cerca de US$ 3 (equivalente a um litro de combustível a aproximadamente R$ 1.70) marcou uma queda acentuada na aprovação do presidente Bush, porque os americanos têm um alto consumo de gasolina e ainda guardam memórias da alta inflação causada pela crise do petróleo nos anos 70.

O mercado habitacional também sofreu um baque sensível nos últimos anos.

O Banco Central americano, o Federal Reserve, subiu a taxa de juros 16 vezes para conter a inflação e o resultado foi uma forte queda nos preços dos imóveis – que afetou o setor da construção civil, responsável por muitos empregos.

Não se sabe qual a extensão do efeito do fenômeno na economia em geral, mas segundo Paul Ashworth, consultor da Capital Economics, "a recessão na construção civil deve durar mais do que o próprio Federal Reserve queria".

E finalmente, muitos americanos estão insatisfeitos com o modo como os dividendos da economia pujante foram distribuídos. Os salários da maioria dos americanos mudaram pouquíssimo nos últimos cinco anos, embora a produtividade tenha aumentado.

Em eleições passadas, muitos dos eleitores mais pobres e insatisfeitos não se animaram para ir votar, mas se os democratas conseguirem explorar essa parcela da população, poderiam provocar uma mudança no resultado final da eleição.

O principal debate econômico gira em torno da justeza da cobrança de impostos.

Reduções de impostos foram a viga-mestra da política de George W. Bush, mas foram direcionadas para beneficiar amplamente os que ganham mais, e aumentaram ainda mais o déficit, que só piorou com os gastos da guerra do Iraque.

O governo alega que o déficit é temporário e que a economia foi estimulada, mas analistas projetam aumentos no rombo do orçamento, dizendo que a previdência social não terá como se manter com o atual regime fiscal.

No campo do comércio exterior, a política econômica defendida por Bush também criou uma situação delicada. Os Estados Unidos pregam o livre comércio, mas a diferença entre exportações e importações cresceu muito nos últimos anos, provocando um déficit recorde na balança comercial de US$ 800 bilhões (cerca de R$ 1,71 trilhão), o que aumentou a pressão interna por maior proteção ao produtor interno – clamor que os democratas estão explorando.

O governo diz que o problema é o câmbio da moeda chinesa, o yuan, e dizem que um reajuste cambial resolveria o assunto. Só que economistas dizem que um alinhamento mais profundo e delicado do comércio exterior é necessário.

Tal ajuste, dizem eles, seria muito difícil e doloroso de ser realizado.

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