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Os eleitores franceses foram às urnas neste domingo para o primeiro turno da eleição presidencial, e o desespero com a economia pode fazer de Nicolas Sarkozy o primeiro presidente a perder uma reeleição em mais de 30 anos.

Em uma disputa pautada tanto pela insatisfação com o estilo espalhafatoso de Sarkozy e sua incapacidade de reduzir o desemprego quanto por diferenças políticas, o mandatário e seu rival socialista François Hollande devem derrotar oito outros candidatos para ir ao segundo turno em 6 de maio, no qual pesquisas dão uma vantagem de dois dígitos para Hollande.

Hollande, de 57 anos, promete cortes de gastos menos dramáticos que Sarkozy e quer maiores impostos sobre os ricos para financiar a criação de empregos com ajuda do Estado, especialmente um imposto de 75 por cento sobre rendimentos acima de um milhão de euros.

Ele seria o segundo presidente da esquerda francesa desde a fundação da Quinta República, em 1958, e o primeiro desde François Mitterrand, que derrotou Valéry Giscard-d'Estaing em 1981.

Ele votou na manhã deste domingo em Tulle, cidade no centro da França onde é chefe de governo.

Prevê-se que a manhã ensolarada, que em tese pode ajudar no comparecimento, irá ficar enevoada e chuvosa mais tarde.

Hollande pediu a seus simpatizantes que não se omitam, cioso do fiasco da esquerda em 2002, quando um comparecimento pífio recorde em todo o país fez o candidato socialista ser eliminado ainda no primeiro turno pela extrema direita.

Números do ministério do Interior estimavam o comparecimento em 28,29 por cento ao meio dia, um pouco mais baixo que a forte votação de 2007, quando o índice no mesmo período do dia foi de 31,21 por cento.

Sarkozy, também de 57 anos, diz ser um condutor mais confiável para o futuro caos econômico. Mas muitos dos trabalhadores e jovens eleitores atraídos por sua promessa de mais salário por mais trabalho em 2007 o estão desertando agora que o desemprego atinge sua maior alta em 12 anos.

Ele e sua esposa, a ex-modelo e cantora Carla Bruni, votaram no abastado subúrbio de Neuilly, a oeste de Paris, trocando apertos de mão com os presentes mas saindo sem comentários.

Muitos franceses exprimem desagrado com um presidente amiúde visto como exibido desde seu casamento intensamente midiático com Bruni no início de seu mandato, rompantes ocasionais de grosseria e camaradagem com executivos ricos.

"Sarkozy divide. Hollande tranquiliza," disse Helene Boudot, 85 anos, contente por ter sido liberada do hospital a tempo de vontar em seu vilarejo de Chailland, no oeste francês.

Investidores irão acompanhar o primeiro turno para ver como o radical francês Jean-Luc Mélenchon se sai. Mélenchon, que quer uma revolução anti-capitalista, canalizou a revolta contra a economia enfraquecida e se tornou uma figura popular na corrida presidencial, empatado com a líder de extrema direita Marine Le Pen na terceira colocação.

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