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A nova edição do Charlie Hebdo, primeira depois do atentado terrorista que deixou 12 mortos na sede do semanário em 7 de janeiro em Paris, começou a ser vendida ontem no Brasil.

A publicação pode ser adquirida por R$ 29,90 – na França, custa 3 euros– e está em francês.

Uma tiragem de milhões de cópias foi programada para a chamada "edição dos sobreviventes", superando em muito os habituais 60 mil exemplares.

Quando foi lançada no último dia 14, na França, a primeira edição publicada após o ataque à redação do semanário se esgotou em minutos nas bancas de jornais. Houve filas para comprar exemplares em apoio ao semanário satírico.

Temores e ameaças

Enquanto os brasileiros têm a chance de ver de perto um exemplar do controverso jornal satírico, uma instalação com 28 tapetes usados em mesquitas foi removida de uma exposição em um centro cultural nos arredores de Paris, depois que a prefeitura local recebeu uma ameaça de uma entidade muçulmana. A obra da franco-argelina Zoulikha Bouabdellah mostrava os tapetes usados para a reza com um buraco no meio emoldurando sapatos de salto alto.

Segundo o centro cultural, a ameaça recebida dizia que "incidentes irresponsáveis" poderiam ocorrer caso a peça fosse mostrada e que, portanto, a obra foi removida horas antes da abertura da mostra no Pavillon Vendôme, em Clichy.

Bouabdellah, que é de origem muçulmana, disse que sua obra é uma reflexão sobre a condição da mulher no islã e que "a modernidade da mulher" é "conciliável com a fé muçulmana". A instalação chamada "Silence" já havia sido mostrada em Paris, Berlim e Nova York.

O medo de retaliações também levou um desfile de carnaval na Alemanha a desistir de usar um carro alegórico inspirado no semanário Charlie Hebdo, que teria um cartunista enfiando uma caneta no cano da arma de um terrorista, depois de receber mensagens de moradores preocupados com a segurança.

Explicando sua decisão, o comitê carnavalesco da cidade de Colônia disse querer preservar o clima leve do evento para que ninguém sinta medo, embora tenha sido informado pela polícia que a exibição das figuras não representaria uma ameaça à segurança.

"Não queremos um carro alegórico satírico, que atrapalhe a liberdade e a atmosfera descontraída do carnaval", afirmaram ontem os organizadores em um comunicado.

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