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ONU lamenta recusa do Irã em suspender projeto

Nações Unidas - O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, considerou ontem "lamentável" a recusa do Irã em suspender o enriquecimento de urânio e a construção de um reator nuclear em Arak. Na apresentação de seu relatório anual à Assembléia Geral, o diretor da AIEA pediu a Teerã que coopere com sua agência para desfazer qualquer dúvida sobre o tema.

A AIEA e o Conselho Supremo da Segurança Nacional iraniano iniciaram ontem uma nova rodada de negociações sobre as centrífugas iranianas para o enriquecimento de urânio. No discurso à Assembléia Geral, ElBaradei assegurou que a AIEA conseguiu verificar que o Irã não desviou material de seu programa e que forneceu material para esclarecer as dúvidas sobre atividades passadas, como experimentos com plutônio.

Para ElBaradei, certas declarações recentes de dirigentes americanos se concentram antes em supostas intenções do Irã de construir uma bomba nuclear do que em provas.

A secretária de Estado de EUA, Condoleezza Rice, acusou o Irã de mentir sobre suas intenções nucleares e assegurou que não há dúvida de que Teerã deseja ter a capacidade de fabricar armas nucleares.

Cairo – O presidente do Egito, Hosni Mubarak, anunciou planos de construir diversas usinas nucleares, somando-se a outros Estados árabes que recentemente anunciaram ambições referentes à exploração da energia atômica. O anúncio foi imediatamente aplaudido pelos Estados Unidos, um forte contraste com sua posição perante o programa nuclear do Irã.

Num discurso pronunciado em cadeia nacional de televisão, Mubarak disse que o objetivo egípcio é a diversificação de suas matrizes energéticas e a preservação das reservas de gás e petróleo do país em benefício das gerações futuras.

"Nós acreditamos que a segurança energética seja um importante componente da construção do futuro deste país", declarou o presidente. Mubarak assegurou que o programa nuclear egípcio será transparente e que o país respeitará os termos do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), do qual é signatário.

O pronunciamento foi feito durante a cerimônia de lançamento da segunda fase da construção de uma usina nuclear ao norte do Cairo. O Egito buscará a ajuda de "parceiros internacionais" e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para construir as usinas.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, disse que os EUA não tinham objeção ao programa, desde que o Egito respeite a AIEA e o TNP.

"O problema surge, especificamente no caso do Irã, quando você tem um país que assumiu certos compromissos, e no nosso ponto de vista, que é compartilhado por muitos (...) e está fraudando tais obrigações", disse.

No ano passado, o filho de Mubarak, Gamal, defendeu que o Egito deveria retomar seu programa nuclear, abandonado depois do acidente ocorrido em 1986 na usina soviética de Chernobyl, onde hoje é a Ucrânia.

No início deste ano, o ex-inspetor-chefe da AIEA Hans Blix disse ser favorável às ambições nucleares egípcias, mas observou que seria necessária pelo menos uma década até que o Egito pudesse lançar o programa. Ele também pediu ao Cairo que assine protocolos adicionais para permitir inspeções mais amplas.

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